domingo, 30 de dezembro de 2007

A Relíquia - Eça de Queirós

Decidi que deveria intercalar a leitura duma obra contemporânea com um clássico. Quem melhor para começar do que o grande Eça de Queirós?

Quando andava no liceu fui obrigado a ler os Maias, mas sim, foi mesmo por obrigação! Não me lembro de um único personagem da história... Mas enfim, se calhar para algumas pessoas, aprender a gostar de ler é como aprender a gostar de sopa ou de vinho: só se aprende ao fim de algum tempo, ou no caso da sopa quando se sente a sua falta.

Após escolher o autor, havia que escolher a obra. O critério foi: "das que tenho em casa escolho a mais pequena". É um livro um pouco maçudo, mas a história é muito interessante e o enredo é muito engraçado.

A Relíquia narra a história de vida do jovem Teodorico Raposo (o Raposão) contada na primeira pessoa. Teodorico foi ensinado a amar a religião, porque amar a religião é amar a titi e é necessário amar a titi. Isso não o inibe de satirizar a religião, as crenças e costumes da época.
A viagem que faz à Terra Santa é repleta de histórias engraçadas: o amor por Maricoquinhas, o incansável sábio Dr. Topsius.

Se dúvidas houvessem acerca da intelectualidade de Eça, bastava ler esta obra e ver a abrangência dos temas abordados, numa altura em que o preço da informação não estava à distância de um simples "click".

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Equador - Miguel Sousa Tavares

Não foi por amor a Miguel Sousa Tavares que comecei a ler este romance. Nada disso! Eu até nem vou muito à bola com o artista. Mas a verdade é que teve o dom de passados alguns anos me conseguir trazer de novo o gosto pela leitura.
Isso aconteceu quando num final de tarde, ao chegar a casa após mais um dia de trabalho, noto que Miguel Sousa Tavares está a dar uma entrevista na rádio. Chamou-me a atenção a sua típica arrogância, de quem se acha o Mourinho das Letras. Referia que se o Equador se tinha tornado um sucesso de vendas, tal facto apenas se devia à excepcional qualidade do livro.
Pensei para mim… Será que é mesmo bom? Ou o tipo é só garganta?
Estava dado o “click” para me tornar um leitor assíduo…
O Equador conta a história de um bon vivant, Luis Bernardo, que decide atender ao pedido de El Rei D. Carlos: ir para S. Tomé convencer os ingleses de que já não existem vestígios de mão-de-obra escrava nas colónias. Não sabia o que o esperava. Não sabia que ia encontrar o amor. Não sabia que o rumo da sua vida iria para sempre mudar.
Um romance cheio de amor à pátria, amor às colónias e amor ao cacau.
É uma obra cuidada a que me agarrei e só parei quando cheguei ao fim.
Obrigado Miguel por teres sido a ponte para a literatura deixando na outra margem internet, jogos e tantas outras coisas...

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É este o intuito deste blog. Partilhar o que de bom ou de mau me trás cada um dos livros que leio.
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O mundo da Conspiração das Letras.