terça-feira, 17 de março de 2009

A Metamorfose - Franz Kafka

Mais uma excelente obra deste magnifico autor. Sinceramente acho mesmo fantástico. Os livros que tenho lido são histórias das quais eu já mais me lembraria de imaginar, quanto mais de as escrever.

Interessante também é notar que apesar de serem fora do normal, conseguem transportar-nos para cenas bem reais como se tudo isto fosse uma metáfora.

Na metamorfose Gregor Samsa acorda um dia para ir trabalhar e verifica que se transformou num insecto, algo do género de uma aranha! Naturalmente toda esta transformação impressiona imenso a sua família. De inicio a todos parece que a transformação terá sido apenas física, porém todos se acabem por convencer de que a transformação foi completa. Na verdade Gregor nunca deixa de pensar como um humano e com isso Kafka aproxima o leitor a esta interessante personagem.

Um outro dado curioso desta história é facto de Gragor ter começado a trabalhar para com isso resolver as dividas que o pai tinha criado e que causavam imensas dificuldades à família. Com este trabalho passou a ser o único sustento da família. Porém quando a sua doença se começou a prolongar percebeu que afinal o dinheiro que tinha dado até deu para fazer poupança (apesar de dividas não terem sido totalmente liquidadas. Algum tempo depois já toda a gente trabalhava, passando ele a ser desprezado inclusive pela irmã, que no inicio era a única que lhe dava alguma atenção. O final é curioso, mas naturalmente não vou contar!

Uma pequena referência ao prefácio de Vladimir Nabakov que existe na edição que li. É sem dúvida muito útil para perceber a obra, porém acaba por ser demasiado exaustivo e deixa muito pouco para quem vai ler a obra logo a seguir. Penso que este texto deveria aparecer no fim do livro.

Por último, gostaria de mostrar uma imagem de pintora portuguesa que admiro bastante: Paula Rego. Esta imagem mostra no seu ver a metamorfose e encontra-se presente numa versão ilustrada pela própria editada pela Quasi Edições.



Págs. 140
Ref. ISBN: 972-708-851-1
Editora: Relógio D'Água

quinta-feira, 12 de março de 2009

O Homem da Carbonária - Carlos Ademar

Uma surpresa agradável este Homem da Carbonária! Um romance policial com uma interessante vertente histórica.

Comprei-o precisamente porque gostaria de aprender um pouco mais sobre o que foi a Carbonária. Penso que o objectivo foi cumprido e de uma forma muito agradável.

Um homem é encontrado morto no jardim da Estrela. Terá sido assaltado e assassinado acidentalmente, ou será que foi um crime premeditado?

Para resolver esta trama, o chefe Pratas é obrigado a desenvolver uma investigação, que serve para explicar ao leitor o estado do nosso país nos anos que se seguiram ao regicídio.

Apesar de não me considerar um fã de policiais, recomendo a leitura deste livro a quem quiser, tal como eu aprender alguma coisa sobre este tema.

Por fim, um único reparo: o epilogo dá um desenlace à história completamente imprevisível. Na minha opinião: não havia necessidade!!!!

Págs. 378
Ref. ISBN: 978-989-555-204-7
Editora: Oficina do Livro

sábado, 7 de março de 2009

Os Maias - Eça de Queirós

Que prazer foi reler Os Maias após tantos anos e sem ser obrigado!

De facto já lá vão alguns em que na disciplina de português fui obrigado a passar os olhos por esta obra. E quando digo passar os olhos, refiro-me literalmente ao que se passou, pois nessa altura jamais o li ou sequer demonstrei vontade de o ler.

Assim, não admira que apenas nomes como Ramalhete, Carlos Eduardo ou Alencar me fossem familiares. Da história propriamente dita, bom dessa então é que não me lembrava de nada. Nada mesmo!!!

É talvez um pouco redundante estar aqui a dizer que se trata de uma obra-prima da literatura portuguesa, mas a verdade é que o é mesmo. É talvez um pouco "maçudo" dirão alguns. Mas é Eça, o meu Eça, o nosso Eça no melhor dos melhores.

Toda a descrição da sociedade portuguesa, em particular a lisboeta, da altura é feita de uma forma magnífica. Quando por vezes se fala da mudança dos tempos, dos podres da sociedade actual, é curioso ver que estes podres afinal não são apenas de agora. Eça de Queirós continua muito actual.

Págs. 713
Ref. ISBN: 972-42-0635-1
Editora: Círculo de Leitores