sábado, 16 de janeiro de 2016

Um mundo sem fim (Vol.2) - Ken Follett

O primeiro volume de Um mundo sem fim terminou com um episódio trágico e um pouco angustiante. Godwin com a ajuda de Philemon criaram um embuste a Caris, acusando-a de praticar rituais de bruxaria. Desta forma conseguiriam tirá-la do seu caminho, impedindo-a de conseguir o foral de burgo para Kingsbridge e de se tornar candidata, provavelmente vencedora, ao cargo de regedora da guilda, conforme fora seu pai.

Com a preciosa ajuda da Madre Cecília, Caris conseguiu livrar-se da pena de morte, embora não se tenha conseguido livrar de uma pena. Teve de entrar para o convento como freira noviça. Merthin, com quem iria casar no dia seguinte, desiludido e desconsolado, decidiu ir morar para Florença...

Os anos seguintes foram de aflição não só para Kingsbridge ou para a Inglaterra, mas para a toda a Europa. Deflagrou a peste negra e em Kingsbridge mais de metade da população acabou por morrer. Caris mostra uma vez mais a sua capacidade de encontrar algo positivo onde os outros apenas vêem desgraça e acaba mesmo por descobrir a sua verdadeira vocação. Tratar de enfermos. 

A capacidade de Ken Follett nos fazer apaixonar pelas suas personagens já não é uma novidade. Neste volume é particularmente interessante acompanhar o desenvolvimento das personagens Caris, Merthin e Gwenda. A vontade de ler mais e mais nunca nos abandona tal é a intensidade da ação.
Caris como já disse descobre a sua vocação e empenha-se na construção de um hospital cheio de ideias inovadoras. Merthin mantém o seu desejo de construir o edifício mais alto de Inglaterra. Gwenda contínua a sua luta pela independência profissional da sua família, tão dependente do mau feitio de Ralph.

As lutas pelo poder são uma constante, com avanços e revezes tão característicos da narrativa de Follett. O seu compasso é muito próprio e é este fator que, aliado à sua capacidade de descrição, na minha opinião tornam as suas obras tão especiais. Facilmente nos imaginamos a passear pelas ruas de Kingsbridge a conviver com qualquer um dos personagens. A qualidade descritiva é tal que seria engraçado pedir a um grupo de pessoas para identificar numa fotografia Ralph ou qualquer outro dos quatro principais personagens. Acredito que os resultados não iriam divergir muito.

Quando faltam cerca de 20 páginas para o término deste livro, o leitor tem a sensação de que muito há ainda por resolver, no entanto como que por magia tudo se resolve. Terá sido depressa demais, ou será que sou eu que ainda não acabei e já estou a ansiar por mais?

Sem revelar o fim, dizer apenas que o livro termina conforme começou, em torno do segredo relacionado com Thomas, o qual se revelou de grande utilidade para o futuro de Kingsbridge.

Depois de ler Os pilares da terra e ter adorado, ler O mundo sem fim revelou ser mais do mesmo, uma obra TOP! 

Agora, resta ver o filme!



Págs. 592
Ref. ISBN: 978-972-23-4021-2