tag:blogger.com,1999:blog-51910759365252878552024-03-13T05:15:49.491+00:00Conspiração das LetrasMarco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.comBlogger624125tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-83917763113523555782021-09-12T21:15:00.261+01:002021-09-13T00:52:43.612+01:00O elogio da sede - José Tolentino Mendonça<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-m9VIaohxUkk/YT50z4SdOiI/AAAAAAAAr9M/GrXARcxFMy0LrHObdFAFojV7Y1qvwuffwCPcBGAsYHg/s386/O%2Belogio%2Bda%2Bsede.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="386" data-original-width="251" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-m9VIaohxUkk/YT50z4SdOiI/AAAAAAAAr9M/GrXARcxFMy0LrHObdFAFojV7Y1qvwuffwCPcBGAsYHg/w130-h200/O%2Belogio%2Bda%2Bsede.png" width="130" /></a></div><div style="text-align: justify;"><div>Algo mais espiritual, foi o que procurei ao escolher uma obra de José Tolentino de Mendonça, o padre madeirense apontado por alguns como um possível futuro papa. Não sabemos se tal poderá vir ou não a acontecer, mas é de facto alguém que pertence a uma nova vaga da Igreja, em consonância com o Papa Francisco, que tende a aproximar esta instituição à realidade dos nossos dias. Já tinha visto algumas entrevistas suas das quais gostei particularmente, porém nunca tinha lido nada seu, ainda que a vontade já existisse há algum tempo.</div><div><br /></div><div>Por altura da Quaresma, a Cúria Romana promove a a realização de exercícios espirituais com o mote de refletir sobre a vida e o mundo, o presente e o futuro. </div><div>O elogio da sede é uma compilação de reflexões, do ano em que estes exercícios foram dirigidos por José Tolentino Mendonça, por escolha de Sua Santidade, tendo estes textos servido de guião.</div><div><br /></div><div>Mais do que um compendio de reflexões da Igreja sobre o mundo ou do que uma mensagem de esperança numa Igreja renovada, este livro fala-nos de sede, de uma sede espiritual que temos de combater para alimentar, pois apenas bebendo a podemos saciar e apenas saciando alimentamos a sua existência.</div><div><br /></div><div>Este caminho é feito através da análise de algumas citações de ilustres conhecidos (Clarice Lispector, Eduardo Galeano, Cervantes, Fernando Pessoa, Santo Agostinho e muitos outros) que permitem fazer analogias com a mensagem que Tolentino Mendonça quer transmitir.</div><div><br /></div><div>Vivemos uma vida virada para o consumismo. Estamos sempre prontos para olhar para o nosso umbigo e satisfazer o desejo do imediato, sem que com isso nos apercebamos que é uma satisfação efémera e que normalmente leva à frustração.</div><div><br /></div><div>Este é um livro para crentes e para não crentes, para pessoas de mente aberta. O excerto que publico a seguir resume um pouco deste livro, que teve o dom de me abanar e fazer refletir sobre como olhar para esta sede de várias perspetivas. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>"Jesus pede: «Dá-me de beber.» A sua sede não se materializa na água, porque não é de água a sua sede. É uma sede maior. É a sede de tocar as nossas sedes, de contactar com os nossos desertos, com as nossas feridas. É a sede dessa parte significativa de nós mesmos que fica tão frequentemente adiada, abandonada à solidão. É a sede dessa porção de nós (porção suspensa, omitida, calada) para a qual não encontramos interlocutor."</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-size: xx-small;">Págs. 166</span></div><div><span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-989-722-443-0 </span></div><div><span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="https://www.quetzaleditores.pt/produtos/ficha/elogio-da-sede/21077712" target="_blank">Quetzal Editores</a></span></div></div><p></p>Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Odivelas, Portugal38.795369 -9.185179999999999-1.3980354584489305 -79.497680000000017 78.988773458448932 61.127320000000012tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-5507624388421351372021-08-30T19:51:00.019+01:002021-09-01T00:12:15.846+01:00O pianista de hotel - Rodrigo Guedes de Carvalho<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-EtzpeeutgSE/YS6zeuf5Y7I/AAAAAAAAr4g/MYEookM9E48fCSKzs2nko3L4B1JdSmPuQCPcBGAsYHg/s5497/O%2Bpianista%2Bde%2Bhotel.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5497" data-original-width="3618" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-EtzpeeutgSE/YS6zeuf5Y7I/AAAAAAAAr4g/MYEookM9E48fCSKzs2nko3L4B1JdSmPuQCPcBGAsYHg/w132-h200/O%2Bpianista%2Bde%2Bhotel.jpg" width="132" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">Rodrigo Guedes de Carvalho é escritor, já tinha ouvido dizer, agora posso afirmar. Este pianista de hotel é todo ele música e que bela música!</p><p style="text-align: justify;">O pianista de hotel é um livro feito de camadas que se interligam e que prendem o leitor do início ao fim. Este é para mim o ponto forte deste livro, as suas várias camadas (capítulos) genialmente estruturadas, através das quais somos transportados, terminando sempre em grande suspense. Assim, temos várias frentes em aberto, nas quais queremos estar e por isso mesmo deixamo-nos conduzir ao som desta música. Na verdade, é indiferente saber qual a camada que vai ter continuação a seguir, pois queremos segui-las sem preferência. Que é isto senão mestria!</p><p style="text-align: justify;">A forma como as personagens nos são apresentadas é outro ponto forte. São pessoas comuns, como qualquer um de nós, carregadas de histórias de vida com as quais nos identificamos de uma forma ou de outra. O caminho escolhido nunca é o de uma descrição direta. Há um leve levantar do pano no decorrer dos acontecimentos, permitindo a sua apresentação. Uma curiosidade, todas as personagens são apresentadas com dois nomes Maria Luísa, Luís Gustavo, Saul Samuel, Maria Amélia, etc., etc.</p><p style="text-align: justify;">Nesta música, com muitas notas rápidas e poucas pausas, são abordados temas tão comuns quanto atuais, a violência doméstica, os casos de violação, a homossexualidade, o desgaste da vida conjugal, a solidão ou a insatisfação laboral.</p><p style="text-align: justify;">Em conversa na Feira do Livro, tive oportunidade de perguntar ao autor sobre aquilo que para mim se tornou claro logo nas primeiras páginas, a influência de António Lobo Antunes. Confirmou. E que bela influência! </p><p style="text-align: justify;">Sobre o pianista de hotel propriamente dito, passei algum tempo à sua espera, porém aparece quando tem de aparecer e a tempo de ser fulcral. </p><p style="text-align: justify;"><i>“… se este mesmíssimo gajo estivesse a tocar as mesmíssimas coisas num palco com bilhetes à venda e mais não sei o quê, e promoções nas televisões e mais os críticos e mais os gajos da rádio a dizerem que ele era do catano, estes mesmos atrasados mentais que estiveram ainda agora aqui, a cagarem para ele, iam lá bater-lhe palmas e recomendavam aos amigos.”</i></p><p style="text-align: justify;">Há tantos pianistas de hotel nesta vida….</p><p style="text-align: justify;">P.S: Não há-de faltar muito tempo para voltar às letras autor.</p><div><br /></div><div><div><span style="font-size: xx-small;">Págs. 468</span></div><div><span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-972-20-6270-1 </span></div><div><span style="font-size: xx-small;">Editora: Publicações Dom Quixote</span> </div></div>Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Odivelas, Portugal38.795369 -9.18517999999999910.485135163821155 -44.34143 67.105602836178846 25.97107tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-30624921174327756842021-08-01T11:30:00.026+01:002021-08-22T22:04:31.947+01:00A Rapariga Que Roubava Livros - Markus Zusak<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-X2-dhdWrlyI/YSK3hIGaglI/AAAAAAAAry4/GNy5-VJzk3M748p_xFdRlvU2EEwiciS0wCPcBGAsYHg/s500/A%2Brapariga.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="325" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-X2-dhdWrlyI/YSK3hIGaglI/AAAAAAAAry4/GNy5-VJzk3M748p_xFdRlvU2EEwiciS0wCPcBGAsYHg/s320/A%2Brapariga.jpeg" width="208" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">Não me lembro de já ter lido um livro em que o narrador é a morte. Sim, a morte! À primeira vista pode parecer estranho, mórbido ou até talvez descabido, mas esta morte que aqui se apresenta faz um seu trabalho com uma certa doçura, se assim o posso chamar, com uma certa sensatez e serenidade.</p><p style="text-align: justify;">A rapariga, a rapariga que roubava livros é Liesel Meminger. Uma criança alemã que cedo vê o irmão morrer com frio, na viagem em que a mãe os ia entregar para adoção. A família adotiva vive na Rua Himmel, nos subúrbios de Munique e desengane-se quem pensar que a adotou por ter posses, ou por poder proporcionar melhores condições de vida. Nada disso. Trata-se de uma família extremamente pobre, que vive com bastantes dificuldades. Tempos de fome, tempos de guerra.</p><p style="text-align: justify;">A mãe adotiva tem um ar frio, distante e um pouco rezingona. Hans Hubermann, o pai é o oposto, é a sua tábua de salvação. Um pintor acordeonista meigo e atencioso. Foi ele que ensinou Liesel a ler o seu primeiro livro roubado.</p><p style="text-align: justify;">O cenário é o da segunda guerra mundial, de uma alemanha nazi, onde os judeus são una raça a exterminar. Os bombardeamentos são constantes. A insegurança é muita. Na generalidade, as condições de vida são sofríveis, resta o sonho de que tudo passe depressa e que se possível não deixe rasto.</p><p style="text-align: justify;">Max é um judeu que inesperadamente veio pedir auxilio, diga-se abrigo e esconderijo. Escondeu-se na cave dos Hubermann e foi aí que escreveu e ilustrou um livro, sobre as páginas de Mein Kampf, utilizando as tintas do pintor Hans.</p><p style="text-align: justify;">Há ainda uma mulher, com outro estatuto que convidou a rapariga para conhecer a sua biblioteca, enquanto na rua, os nazis faziam fogueiras com livros que eram impróprios de serem lidos.</p><p style="text-align: justify;">Numa época em que há sérios problemas de expressão, um livro pode ser uma porta aberta para o sonho, um bilhete de ida para uma viagem que permita tirar os pés do chão sem levantar voo. </p><p style="text-align: justify;">Esta é uma história de amor, uma lição de vida e um ensinamento de tempos que não podemos esquecer para que se não voltem a repetir.</p><p><br /></p><p><span style="font-size: x-small;">Págs. 462</span></p><p><span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-23-3907-0</span></p><p><span style="font-size: x-small;">Editorial <a href="https://www.presenca.pt/collections/all/products/a-rapariga-que-roubava-livros" target="_blank">Presença</a></span></p>Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Praia da Rocha, Portugal37.1165537 -8.53535230000000138.8063198638211517 -43.6916023 65.426787536178836 26.6208977tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-74155054291742279242020-07-29T18:12:00.000+01:002021-08-23T22:08:05.303+01:00Cem Anos de Solidão - Gabriel Garcia Márquez<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-lIruACT35JE/XoJhY3t5BzI/AAAAAAAAoCk/l5g8ZWFVQJMWf3-X0AjwM0wAM2Zq0_bKgCLcBGAsYHQ/s1600/Cem%2BAnos.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="186" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-lIruACT35JE/XoJhY3t5BzI/AAAAAAAAoCk/l5g8ZWFVQJMWf3-X0AjwM0wAM2Zq0_bKgCLcBGAsYHQ/s200/Cem%2BAnos.jpg" width="136" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">Tenho alguma, bastante, dificuldade em escrever sobre este livro. Depois de ter lido e gostado muito, mesmo muito de <a href="http://conspiracaodasletras.blogspot.com/2010/03/amor-nos-tempos-de-colera-gabriel.html" target="_blank"><i>O amor nos tempos de cólera</i></a>, as expectativas estavam muito altas. Mas, começando pelo fim, as minhas expectativas saíram goradas. Sei que se trata de uma das obras mais traduzidas de sempre, mas não faria sentido escrever a minha opinião se a mesma não fosse sincera.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cem anos de solidão tem momentos muito bem desenhados, em que o refinado sentido de humor de Garcia Márquez se faz sentir. As várias gerações da família Buendía, com origem em José Arcadio Buendía e sua esposa, Úrsula Iguarán contam aventuras e desventuras, delírios e alucinações desta família. Tudo se passa em Macondo, uma aldeia, mais tarde vila e até mesmo cidade, sem que nunca seja desvendada a sua localização exata. Adivinha-se no entanto que seja algures na América Latina, num lugar remoto, longe da civilização.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante cem anos vamos conhecendo os descendentes de José Arcadio Buendía e algo que todos à sua maneira têm em comum, a incapacidade de fugirem à solidão. A forma como vão morrendo é sempre inesperada, mesmo para as mentes mais férteis.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como um jogador de futebol, conhecido por ser um astro da bola, mas que se demora a impor no clube atual, de quem os adeptos apenas vão vendo alguns rasgos de genialidade sem passar daí, assim senti este livro. Tem excertos geniais, mas por vezes é demasiado repetitivo e até mesmo enfadonho. Ainda bem que li <i><a href="http://conspiracaodasletras.blogspot.com/2010/03/amor-nos-tempos-de-colera-gabriel.html">O amor nos tempos de cólera</a></i> antes, pois assim decididamente hei-de voltar ao autor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-size: x-small;">Págs. 384</span></div><div><span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-200-031-4 </span></div><div><span style="font-size: small;">Editora: Publicações Dom Quixote</span></div></div>Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Odivelas, Portugal38.795369 -9.18517999999999938.7706165 -9.2255204999999982 38.8201215 -9.1448395tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-6791582555117799942018-07-24T13:08:00.000+01:002020-03-30T21:02:51.985+01:00O menino de Cabul - Khaled Hosseini<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WGIqXp58jME/XoHhQ63qOpI/AAAAAAAAoBg/TWz4PZ8LSXkkkk3caIsl6N_oeB9l1QClACLcBGAsYHQ/s1600/O%2Bmenino%2Bde%2BCabul.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="500" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-WGIqXp58jME/XoHhQ63qOpI/AAAAAAAAoBg/TWz4PZ8LSXkkkk3caIsl6N_oeB9l1QClACLcBGAsYHQ/s200/O%2Bmenino%2Bde%2BCabul.jpg" width="127" /></a></div>
<span style="text-align: justify;">Desta vez tudo foi diferente. Desta vez, aquele jogo de enamoramento, de que tanto gosto, entre mim e a estante de livros não
aconteceu. Desta vez não fui eu que escolhi… Mas valeu a pena!</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estou em processo de mudança de casa. Quem já passou por
isso sabe o que é ter todos os seus pertences divididos por caixas espalhadas
por diversos sítios. No meio dessa azáfama esqueci-me de escolher o livro para
levar de férias! Não resta alternativa. Vou ter de abrir uma caixa “ao calhas”
e retirar o primeiro que aparecer. Apenas um requisito, tem de ser romance. Se
esteve na minha estante há-de ter algo de bom.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O menino de Cabul. Lembro-me perfeitamente de comprar este
livro, embora já tenha sido há algum tempo. Num daqueles passeios pela Bertrand
deixei-me levar pela beleza da ilustração da capa e pelos comentários da
crítica que constam na contracapa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este romance marca a estreia do autor. E que estreia! Não
hajam dúvidas que entrou com o pé direito. Amir, o narrador desta história, é
um afegão oriundo de uma família de classe alta que se viu privado da mãe à
nascença, tendo sido criado pelo pai. Hassan é o seu amigo de sempre. O jovem
filho do criado de quem é quase irmão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A atenção do pai divide-se entre ambos. Amir vive com alguns
preconceitos que lhe geram insegurança e outros problemas de personalidade.
Hassan entende-o como ninguém, a cumplicidade é imensa, porém por vezes
funciona em sentido único.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de uma corrida de papagaios em que Amir conta com a
ajuda de Hassan, Amir ganha, e com este feito pode finalmente cair em graças
com o pai. Mas afinal, tudo não passa do dia mais negro da sua vida. Hassan é
cruelmente humilhado e violado. Amir assiste a tudo, mas é impedido pela sua
cobardia de intervir e tentar ajudar o amigo. Feridas que ficam abertas e que o
tempo impedirá de sarar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O fim da monarquia, as invasões russas, levaram imensas famílias
a ter abandonar o Afeganistão. Amir e o pai não foram exceção. Fugiram, inicialmente
para o Paquistão, posteriormente para os Estados Unidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Hoje, um homem feito, Amir tem uma vida estável sem grandes
problemas, mas um telefonema vindo do Médio Oriente vai acabar com a monotonia
do seu dia-a-dia. Há contas do passado que tem de ser terminadas…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não tenho outra forma de o dizer. Gostei imenso deste livro!
Por mais que uma vez conseguiu deixar-me os olhos molhados, tal é a intensidade
com que está escrito. Que mais podemos desejar de um livro?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Gostei essencialmente do enredo intenso e envolvente, mas
também da descrição da tragédia que assolou o Afeganistão, que veio de encontro
ao que eu imaginava, mas sendo agora para mim ainda mais real.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um livro bonito em que a honestidade da narrativa mostra
como quase sempre, o menos é mais e como a simplicidade pode ser arrebatadora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 336</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 972-708-861-9</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Editora: Relógio d'Água</span></div>
<br />Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-57808555971858842472017-10-09T00:20:00.000+01:002020-03-30T21:58:40.398+01:00Madrugada Suja - Miguel Sousa Tavares<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-pyBxAOGdDp8/WZNoQsd_z_I/AAAAAAAAXeQ/7E7_AuC39rE_GDQBKSB6oDxTST8rsf3iwCPcBGAYYCw/s1600/Madrugada%2BSuja.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="390" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-pyBxAOGdDp8/WZNoQsd_z_I/AAAAAAAAXeQ/7E7_AuC39rE_GDQBKSB6oDxTST8rsf3iwCPcBGAYYCw/s200/Madrugada%2BSuja.png" width="130" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Não parti para este livro à espera de um romance do tipo de <i>Equador</i> ou de <i>Rio das Flores</i>. Na verdade, nem sei ao certo do que estava à espera. Mas quem leu estas duas obras não pode esperar que de Miguel Sousa Tavares saia um romance menor.<br />
<br />
Não é na minha opinião correto fazer uma comparação entre esta obra e as duas que a antecedem. São estilos bem diferentes. Mas com tudo isso, Madrugada Suja, é um bom livro?<br />
<br />
Madrugada Suja é um romance atual. Em 1988, em Évora, depois de uma festa de excessos, três estudantes saem com uma miúda de 16 anos para o Cromeleque dos Almendres e tudo termina em tragédia. Filipe, um dos jovens que estava naquela noite, acaba por ser a personagem principal desta trama.<br />
<br />
Duro como o próprio autor, sem rodeios, Madrugada Suja é uma obra que nos leva ao Alentejo profundo de Medronhais da Serra, transportando-nos por temas como a reforma agrária, sobre o nosso povo, sobre nós. O ritmo da acção é alucinante e em cada capítulo somos brindados por uma narrador diferente.<br />
<br />
Madrugada Suja é essencialmente uma lição de vida. Um passo mal dado, uma acção menos pensada pode comprometer de forma irreversível a nossa trajectória.<br />
<br />
Se tivesse que apontar algum ponto menos bom, diria talvez o final, um pouco prevísivel. Ainda assim, considero um bom livro e que vale a pena ler.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 351</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-989-724-072-0</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="https://www.clubedoautor.pt/catalogo/154" target="_blank">Clube do Autor</a></span><br />
<br />
<br /></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912926 -9.1633678000000638.7665406 -9.20370830000006 38.8160446 -9.12302730000006tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-9998406451083026832017-08-23T22:37:00.001+01:002017-08-23T22:38:12.488+01:00Novidades Dom Quixote: Philip Roth de regresso em Setembro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O Escritor Fantasma - Philip Roth</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Yd8-Ibpufyk/WZ30cpLQLFI/AAAAAAAAXuw/ftH8QfAU7yYgzPaPQ71_P6WQ8MOH8tzSACKgBGAs/s1600/O%2BEscritor%2BFantasma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="360" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-Yd8-Ibpufyk/WZ30cpLQLFI/AAAAAAAAXuw/ftH8QfAU7yYgzPaPQ71_P6WQ8MOH8tzSACKgBGAs/s200/O%2BEscritor%2BFantasma.jpg" width="127" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O Escritor Fantasma é o livro que assinala, na década</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
de 1950, o aparecimento de Nathan Zuckerman: um</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
romancista promissor, fascinado pelos Grandes</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Livros, que descobre os apelos contraditórios da</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
literatura e da experiência durante uma noite que</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
passa na recôndita casa de campo do seu ídolo</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
literário, E. I. Lonoff. Aí conhece Amy Bellette,</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
uma jovem fascinante, de origem estrangeira</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
indefinida, que descobre ter sido aluna de Lonoff, e</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
talvez tenha sido também sua amante. Zuckerman,</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
com a sua imaginação jovem e irrequieta, pergunta a</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
si mesmo se aquela rapariga não será a vítima</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
paradigmática da perseguição nazi. Se fosse, talvez</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
pudesse transformar-lhe a vida...</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Nas livrarias em 19 de Setembro</b></div>
<br />Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com1Olival Basto, Portugal38.7912926 -9.1633678000000638.7665406 -9.20370830000006 38.8160446 -9.12302730000006tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-91856829340330959012017-08-15T11:08:00.000+01:002017-08-17T22:12:12.863+01:00Dentro do Segredo - José Luis Peixoto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-MtWhWedoOJo/WYon0tyU87I/AAAAAAAAW8A/zrJllByyQLgoqrelEbFv2uKmuIARzAs3gCPcBGAYYCw/s1600/Dentro%2Bdo%2BSegredo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="275" height="200" src="https://3.bp.blogspot.com/-MtWhWedoOJo/WYon0tyU87I/AAAAAAAAW8A/zrJllByyQLgoqrelEbFv2uKmuIARzAs3gCPcBGAYYCw/s200/Dentro%2Bdo%2BSegredo.jpg" width="127" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizia o anúncio que investir em viagens é a única coisa em que gastamos dinheiro e ficamos mais ricos. Se por algum momento alguém duvidar desta frase, então convido a que viaje, senão fisicamente, que seja através desta obra de José Luís Peixoto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou um apaixonado confesso de viagens. Sempre que a oportunidade surge, não a desperdiço, agarro-a com as duas mãos. Também sou um apaixonado por livros, quanto a isso penso que não restam dúvidas. Agora algo que nunca me suscitou grande curiosidade foi juntar estes dois mundos. A chamada literatura de viagens nunca me fez click! Talvez porque goste de vivenciar na primeira pessoa, sem sofrer grandes influencias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas então, porque decidi ler este livro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, por um lado pesou o autor, perdoem-me a expressão mas José Luís Peixoto é TOP. Sem dúvida um dos melhores autores portugueses da actualidade, dono de uma escrita muito perfumada e descomplexada pela qual me apaixonei. Por outro lado a Coreia do Norte. Gosto de ler sobre o fruto proíbido, daquele que sei que a probabilidade de vir a provar é ínfima. Não menos importante foi a opinião de quem já tinha lido o livro e que não ficou indiferente, acabando por influenciar. Quem poderia dizer que não a um cocktail com estes ingredientes?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentro do Segredo é o relato de uma viagem realizada pelo autor, em 2012, à Coreia do Norte, claro está, aquando da comemoração do centenário do nascimento do antigo líder Kim Il-sun. Este diário de bordo mostra o seu encanto logo no início, quando em segredo José Luís Peixoto decide comprar esta viagem e se mantém na incerteza da sua realização praticamente até ao momento da partida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Kim Il-sung 100th birthday Ultimate Mega Tour (Ultimate Option)</i> foi a viagem mais extensa e longa que o governo norte-coreano autorizou nos últimos anos. Repleta de histórias ímpares, revela ser a prova de que tudo aquilo que poderia imaginar sobre esta nação, sobre a vida deste povo, pode afinal ser bem pior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para um ocidental fazer uma viagem de 15 dias num país onde o telemóvel fica retido na fronteira, onde poucas fotografias são permitidas e onde fazer chamadas internacionais pode ser considerado um luxo extravagante, é na minha opinião por si só um acto de coragem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira reunião, os guias incentivam a que não sejam feitas perguntas desconfortáveis. Conseguiria eu? Mesmo na Coreia do Norte? Evidente que sim, mas lá que ia custar... Como fechar os olhos a uma encenação permanente, claramente orientada para vender a este pequeno grupo a ideia de uma Coreia do Norte que, daquela forma, não existe?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um livro fantástico que me fez despertar ainda mais para este país. Como se não bastasse diariamente ouvir Trump com as suas loucuras. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nota final: Este livro pode provocar uma vontade insaciável de pesquisar vídeos no youtube levando a visualizações sem fim sobre o tema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 236</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-989-722-060-9</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="http://www.quetzaleditores.pt/livros/ficha/-b-dentro-do-segredo-b-?id=14384856" target="_blank">Quetzal</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912926 -9.1633678000000638.7665406 -9.20370830000006 38.8160446 -9.12302730000006tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-81836570266158854982017-07-28T11:32:00.000+01:002017-08-16T00:13:27.670+01:00Nem todas as baleias voam - Afonso Cruz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-8QzXZ7eUnJM/WYpCusdHusI/AAAAAAAAW8o/v0KuAUQzmncoZ3fkxS41FRxmiklE9RH6gCPcBGAYYCw/s1600/Nem%2Btodas%2Bas%2Bbaleias%2Bvoam.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="409" height="200" src="https://3.bp.blogspot.com/-8QzXZ7eUnJM/WYpCusdHusI/AAAAAAAAW8o/v0KuAUQzmncoZ3fkxS41FRxmiklE9RH6gCPcBGAYYCw/s200/Nem%2Btodas%2Bas%2Bbaleias%2Bvoam.jpg" width="127" /></a></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i>"Ainda queres ser cardiologista? Quero, disse ele. Queria consertar corações, como um dia ouvira o pai dizer. Ou, como havia sugerido Tsilia, oftalmologista, que não é uma má profissão, serve para corrigir a diferença entre o que vemos com os olhos abertos e o que vemos com os olhos fechados, e entre uma e outra coisa há uma doença inexplicável que é a realidade. Temos de acabar com isso."</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Não poderia arranjar melhor forma para começar a falar sobre este livro. A escrita de Afonso Cruz é uma poesia em forma de prosa, é uma escrita perfumada que transborda harmonia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este é a primeira obra que leio do autor, mas é suficiente para perceber o poder da sua escrita. Um escritor de mão cheia, uma escrita cheia de conteúdo fazendo lembrar uma catedral bastante trabalhada em que cada vez que a observamos verificamos um novo detalhe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nem todas as baleias voam! Mas, porquê? Há algumas baleias que voam?! Esta foi a questão que me coloquei antes de avançar para este livro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jazz Ambassadors é o nome de um plano levado a cabo pela CIA, durante a Guerra Fria, com o objectivo de através da música cativar os jovens de Leste para a causa americana. A ideia consistia em pegar nos nomes conceituados do Jazz (Louis Armstrong, Dizzy Gillespie, Benny Goodman e Duke Ellington) transformado-os em embaixadores dos Estados Unidos na União Soviética. A escolha do Jazz não era inocente, normalmente associado aos negros, era a ferramenta perfeita para mostrar publicamente que nos E.U.A. não havia tensões nem diferenças raciais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Será possível vencer uma guerra só com música?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca tinha ouvido falar deste programa, mas tiro o chapéu a quem pensou nesta ideia e a quem a transformou em romance. Mas, Nem todas as baleias voam é muito mais do que o plano Jazz Ambassadors. Erik Gould é um compositor famoso àquela época, um compositor com música a brotar por cada poro da sua pele. Como se não bastasse, sofre de sinestesia, vê música em tudo e através da música consegue dizer tudo o que quiser. Vive atormentado pelo desaparecimento injustificado da sua maior fonte de inspiração, a sua mulher Natasha Zimina. Vive com o filho, Tristan, que também sofre de sinestesia, não consegue verbalizar as suas emoções, transformando-as em diversos tipos de visões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A imaginação parece não ter fim... no entanto, o homem do chapéu cinzento recorre as pessoas que mantém fechadas numa cave, em cativeiro, para usurpar as suas ideias e com elas escrever um livro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nem todas as baleias voam é a celebração da arte de bem escrever. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem me dera poder sofrer de sinestesia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Termino como comecei, com mais uma manifestação de arte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i>"Dresner baixou-se, levantou um pouco a perna direita, pousou o pé lentamente e, quando tocou o chão com a sola do sapato, recolheu a perna, quase como um reflexo e com um esgar de dor.</i><i>- Vês?</i><i>- Não há pomadas?</i><i>- Dizem que o tempo cura.</i><i>- O tempo é uma pomada?</i><i>- Uma espécie de pomada.</i><i>- Não tem funcionado, pois não?</i><i>- Não. É que também vamos criando afecto pela dor, ela diz-nos que estamos vivos, está sempre ali, presente, e essa fidelidade é importante, como se fosse um amigo.</i><i>- Ou Deus.</i><i>- Ou um cão."</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Já agora, Se soubesses que a tua morte se aproxima, o que colocarias dentro de uma caixa de sapatos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Págs. 276</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-989-9665-127-5</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editora: Companhia das Letras</span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com1Praia da Rocha, Portugal37.1165537 -8.535352337.1038917 -8.5555223 37.129215699999996 -8.5151823tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-64676847586211293252017-02-19T10:10:00.000+00:002017-08-08T23:46:35.682+01:00Cinco Esquinas - Mario Vargas Llosa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-wjPzJi8BNZ4/WERTA5jrFoI/AAAAAAAAQt4/XfnaNjuJQD8Jzi11iEOuass0Wr6MLIC8QCPcBGAYYCw/s1600/Cinco%2BEsquinas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1022" height="200" src="https://2.bp.blogspot.com/-wjPzJi8BNZ4/WERTA5jrFoI/AAAAAAAAQt4/XfnaNjuJQD8Jzi11iEOuass0Wr6MLIC8QCPcBGAYYCw/s200/Cinco%2BEsquinas.jpg" width="127" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Lima, Peru. Vivem-se tempos de recolher obrigatório, tempos do regime ditatorial de Fujimori. Enrique Cadenas, um reputado engenheiro relacionado com a exploração de minas vê-se envolvido numa chantagem levada a cabo por Rolando Garro, diretor do tablóide sensacionalista <i>Destapes</i>, que ameaça trazer público uma orgia em que o engenheiro esteve envolvido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Marisa e Chabela, a mulher do engenheiro Cadenas e a mulher do seu advogado, respectivamente, num dia em que a conversa se alongou, vêem-se impossibilitadas de regressar a casa, pelo recolher obrigatório, e acabam por dormir juntas descobrindo algo que não mais esqueceram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De repente, há um assassinato brutal. Há um suspeito óbvio, mas será o culpado? Haverá aqui mão do regime? Como se termina este puzzle?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta foi a primeira obra que li de Mario Vargas Llosa e como outra coisa não seria de esperar, é evidente que estamos perante uma obra de alguém que sabe escrever, ou não fosse o autor um galardoado com o Prémio Nobel da Literatura (2010). Ainda assim, não posso esconder que se trata de um romance com um enredo muito banal, muito desprovido de conteúdo e de interesse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na contracapa da edição que li diz-se que é um romance sobre o amor e o erotismo. É verdade, mas na minha opinião fá-lo algumas vezes de forma despropositada e cheia de lugares-comuns. Segundo a critica esta não é uma das obras mais aclamadas do autor, pelo que lhe darei o benefício da dúvida. Tem direito a uma segunda oportunidade...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 314</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-989-722-288-7</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="http://www.quetzaleditores.pt/livros/ficha/cinco-esquinas?id=17651771" target="_blank">Quetzal</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912926 -9.1633678000000638.7665406 -9.20370830000006 38.8160446 -9.12302730000006tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-49534921988346859852016-10-22T17:22:00.000+01:002017-08-08T23:49:22.200+01:00O Fim dos Segredos - Catarina Guerreiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-rtqxYFYDmU8/V98kuSSpi6I/AAAAAAAAP-Q/3Q8S8jzF5EMm-K_XkIaDSkMBYTei2EQxgCPcB/s1600/O%2BFim%2Bdos%2BSegredos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-rtqxYFYDmU8/V98kuSSpi6I/AAAAAAAAP-Q/3Q8S8jzF5EMm-K_XkIaDSkMBYTei2EQxgCPcB/s200/O%2BFim%2Bdos%2BSegredos.jpg" width="134" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo aquilo que se encontra envolto em secretismo desperta a nossa curiosidade. É a natureza humana. Como diz a sabedoria popular, “o fruto proibido é sempre o mais apetecido”. Eu, claro, não sou diferente. Sempre tive imensa curiosidade em saber mais sobre a Maçonaria e o Opus Dei. Assim, quando vi a nota de lançamento desta obra de Catarina Guerreiro, logo decidi que era um livro a não perder. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como foi a minha primeira incursão nesta temática, muito do que li traduziu-se em novidade. Apesar de não ser um romance, o tema deu-me sempre vontade de ler mais e não foi, de todo, tempo perdido.</div>
<div style="text-align: justify;">
São doze os capítulos sobre diferentes temáticas. Em cada um deles, a autora fala sobre o Opus Dei e estabelece o paralelismo com a Maçonaria. Penso que a organização dos temas não é a melhor. Penso ainda que, em muitos casos, é assumido que o leitor já tem muito conhecimento sobre estas organizações. Por vezes, a existência de alguns esquemas poderia ajudar um pouco. Ainda assim, considero este um trabalho bem conseguido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Opus Dei há membros que fazem um acordo para a vida. Aderem, em muitos casos, no início da adolescência e comprometem-se a nunca casar nem ter filhos. Existem também membros casados e nesses casos, normalmente as famílias são numerosas, uma vez que a utilização de contracetivos não é permitida. A relação dos membros com a congregação é bastante forte. É normal oferecer a totalidade do ordenado e utilizar chicotes ou correntes de metal com picos, para se penitenciarem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se no Opus Dei há uma relação direta com a Igreja, na Maçonaria a relação é mais direta com as máquinas partidárias, podendo também estar, ou não, relacionada com a Igreja. É precisamente nas juventudes partidárias e nos meios académicos que se situam os principais pontos de recrutamento. Existem várias lojas maçónicas, cada uma seguindo o seu rito. Daí que os rituais possam ser bastante diferentes entre lojas. Cada membro paga uma jóia de entrada e uma quota mensal. No entanto, em algumas lojas é bastante comum circular um saco preto do qual, discretamente, se pode retirar dinheiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como disse, é um mundo oculto que me desperta interesse. Irei com certeza ler mais sobre o tema e sobre outras organizações (ex. templários). Se tiverem sugestões, por favor partilhem!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Págs. 389</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-989-626-726-1</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="http://www.esferadoslivros.pt/livros.php?id_li=487" target="_blank">Esfera dos Livros</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912444 -9.163348300000052438.766358899999993 -9.2038603000000521 38.8161299 -9.1228363000000527tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-70963475701901446432016-09-18T18:25:00.000+01:002016-09-19T23:14:12.825+01:00A breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao - Junot Díaz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-tKF-Qyfk7hs/VziKsohxjqI/AAAAAAAAN8g/bXg1e6rU-oQskCQHzhlB5fJFCG9leNBZQCPcB/s1600/A%2Bbreve%2Be%2Bassombrosa%2Bvida%2Bde%2BOscar%2BWao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-tKF-Qyfk7hs/VziKsohxjqI/AAAAAAAAN8g/bXg1e6rU-oQskCQHzhlB5fJFCG9leNBZQCPcB/s200/A%2Bbreve%2Be%2Bassombrosa%2Bvida%2Bde%2BOscar%2BWao.jpg" width="123" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Roma sê romano, então, se vais para a República Dominicana
leva um livro de um autor dominicano. Foi este o meu pontapé de saída para a
escolha deste livro e devo dizer que sempre que possível será um critério a seguir
no futuro. É um privilégio sentir o sítio onde estamos, acompanhados de um
guia especial, e através dele tentar estabelecer paralelismos entre o real e a
ficção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para falar da vida de Oscar Wao, temos de falar primeiro
sobre a palavra-chave deste romance: “Fukú”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Seja qual for o seu nome ou a sua origem, acredita-se que a
chegada dos Espanhóis a Hispniola soltou o fukú no mundo, e temos estado todos
enterrados na merda desde essa altura… o fukú era real como a merda, uma coisa
que qualquer gajo normal era capaz de acreditar. Toda a gente sabia de alguém
que tinha sido comido por um fukú” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Facilmente se depreende que fukú é aquilo que por aqui facilmente
se apelidaria de maldição, bruxedo ou mau-olhado. A breve e assombrosa vida de
Oscar Wao é, na verdade, bem mais do que a vida Oscar Wao, é sim a história de
um povo que sentiu na pele o poder do fukú. “Não se poderá dizer com toda a
certeza, porém tudo leva a crer que o mestre / o chefe do fukú era também o
chefe da nação, o ditador Trujillo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Junot Díaz serve-nos um banho cultural sobre aquilo que é o
povo dominicano e os seus costumes. A vida de Oscar Wao é o meio utilizado para
ilustrar a forma de ser, estar e pensar, tornando-se num dos pontos de maior
interesse da obra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Oscar Wao é dominicano atualmente a viver em Paterson (Nova
Jersey). Um dominicano especial. Tem o poder de conseguir reunir em si uma
série de características que fogem ao estereótipo dos jovens ditos normais para
a sua idade. É grande, gordo e feio. Vive isolado e é motivo de chacota para os
seus colegas. Com as raparigas nem nos sonhos tem sucesso, o que por si só lhe
garante um lugar de destaque na sociedade. Não é fácil conseguir encontrar
outro caribenho da sua idade que se mantém virgem. Na sua vida as desilusões
sucedem-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Conforme indica o nome do livro, a vida de Oscar Wao é breve
e assombrosa. Uma consequência lógica do seu fukú e do dos seus antepassados.
Esta é afinal a história de uma família e de um povo que o Observador
(narrador) mostra percorrendo os pontos de vista de Oscar, claro, mas também da
mãe, da avó, do avô, da irmã e outros elementos chegados. Não há quem não
cultive um sentimento de pena sobre a sorte, ou a falta dela, de Oscar Wao. Como
se costuma dizer, é uma vida de fazer chorar as pedras da calçada.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A escrita de Junot Díaz nem sempre é a mais empolgante,
ainda assim, revela-se bastante inteligente e apaixonada. Em cada filamento
desta teia é possível sentir o orgulho do autor nas suas origens. Em termos de
balanço poderei dizer que foi esse mesmo o ponto que mais gostei nesta obra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Págs. 294</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-004-148-7</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="https://www.portoeditora.pt/produtos/ficha/a-breve-e-assombrosa-vida-de-oscar-wao/11935172" target="_blank">Porto Editora</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912444 -9.163348300000052438.766358899999993 -9.2038603000000521 38.8161299 -9.1228363000000527tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-51454376250188508542016-04-26T12:04:00.000+01:002016-05-15T23:15:09.222+01:00Cemitério de Pianos - José Luís Peixoto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-3_uc_HzjZzg/Vpu99Gh66MI/AAAAAAAAMhU/eNvXv7Va8OM_t3BZKtsxH6TWrj-8Yf5uACKgB/s1600/Cemit%25C3%25A9rio%2Bde%2BPianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://2.bp.blogspot.com/-3_uc_HzjZzg/Vpu99Gh66MI/AAAAAAAAMhU/eNvXv7Va8OM_t3BZKtsxH6TWrj-8Yf5uACKgB/s200/Cemit%25C3%25A9rio%2Bde%2BPianos.jpg" width="133" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O cemitério de pianos poderia ser apenas isso mesmo, um cemitério de pianos, mas nunca para a família Lázaro. Desde que apareceu o italiano com um piano estragado, mais que um cemitério de pianos nasceu um elo forte para toda esta família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
42,195 km é a distância oficial de uma maratona, através dos quais o corredor gere os seus recursos para atingir o seu propósito. Em Estocolmo, pelas ruas de Benfica, ou noutro sítio qualquer, o autor transporta-nos diversas vezes para a cabeça do pelotão, aumentando ou diminuindo, também ele, a velocidade a que nos transporta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cemitério de Pianos é um relato na primeira pessoa de diferentes gerações da família Lázaro. Uma família singular mas nem por isso diferente de todas as outras, onde reinam laços de sentimento muito fortes, apesar dos inevitáveis telhados de vidro. José Luís Peixoto através de uma escrita rica e rendilhada, senta-nos à mesa desta família e permite-nos entrar na sua vida como e fossemos mais um elemento. Poder-se-á dizer que é uma família problemática, perturbada, mas para o leitor (que acabou de entrar na família) tudo é normal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com um estilo um pouco labiríntico, esta escrita transportou-me por vezes para o mundo de António Lobo Antunes. Através de uma simples metáfora, o leitor sente como que um murro no estômago e percebe que a a vida é mesmo assim...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"...os copos de vinho que eu bebia não sabiam a nada e embebedavam outra pessoa..."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A determinada altura, um dos Lázaros conta como foi que pela primeira vez bateu na mulher. Uma cena dura, intrigante e reveladora. Reveladora essencialmente da mestria de José Luís Peixoto. É impossível não querer entrar em cena para impedir o que está prestes a acontecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se tivesse que escolher as duas palavras que melhor definem este romance, a primeira seria obviamente família por tudo o que já disse. A segunda seria a morte. No fundo todos nós somos pianos. A poucos metros de conseguir ganhar a dita maratona em Estocolmo, Francisco Lázaro não consegue resistir e desiste, acabando por falecer. No outro lado da Europa, em Portugal, a sua mulher acabava de dar à luz um belo menino,<br />
<br />
A magia está nos sentimentos, na forma com que através de uma simplicidade enorme os faz chegar a nós. A dor está sempre presente, mas parece tão simples, tão natural. Fiquei rendido a esta forma de escrever e posso dizer sem hesitar que da nova vaga de autores portugueses, José Luís Peixoto, assume lugar no top.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Págs. 285</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-564-823-0</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="http://www.quetzaleditores.pt/livros/ficha/cemiterio-de-pianos?id=2751614" target="_blank">Quetzal</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Bávaro, 23000, República Dominicana18.6983835 -68.45114469999998618.578048499999998 -68.612506199999984 18.8187185 -68.289783199999988tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-79851348029349312892016-01-16T11:18:00.000+00:002016-01-17T18:36:52.712+00:00Um mundo sem fim (Vol.2) - Ken Follett<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-5U1ozhhzaZ4/VhBpZpW26II/AAAAAAAAKMo/NuaE3_7I6IA/s1600/Um%2Bmundo%2Bsem%2Bfim%2B-%2BVolume%2B2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-5U1ozhhzaZ4/VhBpZpW26II/AAAAAAAAKMo/NuaE3_7I6IA/s1600/Um%2Bmundo%2Bsem%2Bfim%2B-%2BVolume%2B2.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro volume de <i>Um mundo sem fim</i> terminou com um episódio trágico e um pouco angustiante. Godwin com a ajuda de Philemon criaram um embuste a Caris, acusando-a de praticar rituais de bruxaria. Desta forma conseguiriam tirá-la do seu caminho, impedindo-a de conseguir o foral de burgo para Kingsbridge e de se tornar candidata, provavelmente vencedora, ao cargo de regedora da guilda, conforme fora seu pai.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com a preciosa ajuda da Madre Cecília, Caris conseguiu livrar-se da pena de morte, embora não se tenha conseguido livrar de uma pena. Teve de entrar para o convento como freira noviça. Merthin, com quem iria casar no dia seguinte, desiludido e desconsolado, decidiu ir morar para Florença...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os anos seguintes foram de aflição não só para Kingsbridge ou para a Inglaterra, mas para a toda a Europa. Deflagrou a peste negra e em Kingsbridge mais de metade da população acabou por morrer. Caris mostra uma vez mais a sua capacidade de encontrar algo positivo onde os outros apenas vêem desgraça e acaba mesmo por descobrir a sua verdadeira vocação. Tratar de enfermos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A capacidade de Ken Follett nos fazer apaixonar pelas suas personagens já não é uma novidade. Neste volume é particularmente interessante acompanhar o desenvolvimento das personagens Caris, Merthin e Gwenda. A vontade de ler mais e mais nunca nos abandona tal é a intensidade da ação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Caris como já disse descobre a sua vocação e empenha-se na construção de um hospital cheio de ideias inovadoras. Merthin mantém o seu desejo de construir o edifício mais alto de Inglaterra. Gwenda contínua a sua luta pela independência profissional da sua família, tão dependente do mau feitio de Ralph.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As lutas pelo poder são uma constante, com avanços e revezes tão característicos da narrativa de Follett. O seu compasso é muito próprio e é este fator que, aliado à sua capacidade de descrição, na minha opinião tornam as suas obras tão especiais. Facilmente nos imaginamos a passear pelas ruas de Kingsbridge a conviver com qualquer um dos personagens. A qualidade descritiva é tal que seria engraçado pedir a um grupo de pessoas para identificar numa fotografia Ralph ou qualquer outro dos quatro principais personagens. Acredito que os resultados não iriam divergir muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando faltam cerca de 20 páginas para o término deste livro, o leitor tem a sensação de que muito há ainda por resolver, no entanto como que por magia tudo se resolve. Terá sido depressa demais, ou será que sou eu que ainda não acabei e já estou a ansiar por mais?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem revelar o fim, dizer apenas que o livro termina conforme começou, em torno do segredo relacionado com Thomas, o qual se revelou de grande utilidade para o futuro de Kingsbridge.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de ler <i>Os pilares da terra </i>e ter adorado, ler <i>O mundo sem fim </i>revelou ser mais do mesmo, uma obra TOP! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora, resta ver o filme!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/vN6mrDHBgLc/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/vN6mrDHBgLc?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Págs. 592</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-23-4021-2</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="http://www.presenca.pt/livro/um-mundo-sem-fim/?search_word=follett" target="_blank">Editorial Presença</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Olival Basto, Portugal38.7912444 -9.163348300000052438.766358899999993 -9.2038603000000521 38.8161299 -9.1228363000000527tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-85149115059916445972015-10-22T23:15:00.004+01:002015-10-22T23:15:24.778+01:00Novidades Porto Editora: O novo romance de Isabel Allende<div style="text-align: center;">
<b>Porto Editora publica <i>O amante japonês</i>, o novo e extraordinário romance de Isabel Allende.</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-iBWPGYMi9t0/VilXcLr0VUI/AAAAAAAAKY8/pHb82l5hvJU/s1600/O%2Bamante%2Bjapon%25C3%25AAs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-iBWPGYMi9t0/VilXcLr0VUI/AAAAAAAAKY8/pHb82l5hvJU/s320/O%2Bamante%2Bjapon%25C3%25AAs.jpg" width="206" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/o-amante-japones/a/id/16591269?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a>.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A edição desta excelente obra promete ser um dos acontecimentos editoriais do ano, dado que a escritora chilena, de cujos livros já se venderam mais de 60 milhões de exemplares em todo o mundo, é também uma das mais lidas e acarinhadas em Portugal nas últimas três décadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sinopse:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1939, quando a Polónia capitula sob o jugo dos nazis, os pais da jovem Alma Belasco enviam-na para casa dos tios, uma opulenta mansão em São Francisco. Aí, Alma conhece Ichimei Fukuda, o filho do jardineiro japonês da casa. Entre os dois brota um romance ingénuo, mas os jovens amantes são forçados a separar-se quando, na sequência do ataque a Pearl Harbor, Ichimei e a família – como milhares de outros nipo-americanos – são declarados inimigos e enviados para campos de internamento. Alma e Ichimei voltarão a encontrar-se ao longo dos anos, mas o seu amor permanece condenado aos olhos do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Décadas mais tarde, Alma prepara-se para se despedir de uma vida emocionante. Instala-se na Lark House, um excêntrico lar de idosos, onde conhece Irina Bazili, uma jovem funcionária com um passado igualmente turbulento. Irina torna-se amiga do neto de Alma, Seth, e juntos irão descobrir a verdade sobre uma paixão extraordinária que perdurou por quase setenta anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pode ler <a href="http://recursos.wook.pt/recurso?&id=10581571" target="_blank">AQUI</a> as primeiras páginas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sobre a autora:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Isabel Allende nasceu em 1942 no Peru. Viveu no Chile entre 1945 e 1975, com largos períodos de residência noutros locais, na Venezuela até 1988 e, desde então, na Califórnia. Começou por trabalhar como jornalista, no Chile e na Venezuela. Em 1982, o seu primeiro romance, A casa dos espíritos, converteu-se num dos títulos míticos da literatura latino-americana. Seguiram-se muitos outros, todos eles êxitos internacionais. A sua obra está traduzida em trinta e cinco línguas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2010, foi galardoada com o Prémio Nacional de Literatura do Chile. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais informações em:</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.isabelallende.com/">www.isabelallende.com</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.facebook.com/isabelallende">www.facebook.com/isabelallende</a></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<br />
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/o-amante-japones/a/id/16591269?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a>.</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
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<br /></div>
</div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-65323628652414424052015-10-03T17:15:00.000+01:002015-10-08T00:33:30.592+01:00A Firma - John Grisham<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-buC4i224ZWM/VdBuC7K0A8I/AAAAAAAAI3A/04uyBwMHxA4/s1600/A%2BFirma.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://3.bp.blogspot.com/-buC4i224ZWM/VdBuC7K0A8I/AAAAAAAAI3A/04uyBwMHxA4/s200/A%2BFirma.jpg" width="127" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A Firma. Vi este filme vezes sem conta! A velha cassete VHS deve ter a fita gasta de tantas vezes ter sido utilizada. Mas eu era daqueles que ia buscar um filme ao vídeo clube e apenas quando este já estava a acabar é que me apercebia que afinal, há alguns (poucos) meses antes, já o tinha visto no cinema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, quando decidi ler John Grisham, achei que era uma excelente ideia fazer algo que nunca tinha feito: ler um livro depois de já ter visto o filme. Na verdade, passados estes anos, do filme já pouco ou nada me lembrava. Lembrava-me apenas de uma firma de advogados, que havia uma fraude e claro de Tom Cruise, Mitch McDeere.<br />
<br />
Mitch é um jovem recém-licenciado em Direito, muito ambicioso, cheio de vontade de vencer na vida. Durante o seu percurso académico notabilizou-se por ser um dos melhores não sendo portanto de admirar que, quando terminou, estivesse sob uma chuva de propostas de emprego. Qual delas a melhor!<br />
Sempre se imaginou a trabalhar em Nova Iorque numa grande firma de advogados, mas o dinheiro falou mais alto e acabou por aceitar ir trabalhar para a modesta cidade de Memphis, na firma Bendidni, Lambert & Locke. A firma paga um excelente ordenado. A firma disponibiliza uma vantajosa hipoteca para a compra de uma bela vivenda. A firma amortizou o empréstimo dos estudos. E claro, a firma dá um carro novo, um BMW com cor à escolha. No entanto, é também uma firma muito peculiar. A firma incentiva a estabilidade familiar. A firma incentiva que o casal tenha filhos. A firma não permite o consumo de álcool.<br />
A verdade é que na Bendini nem tudo é um mar de rosas, por detrás desta firma de sonho está a mafia de Chicago, a poderosa família Morolto. O FBI sabe disso e Mitch é considerado um elemento chave para desmontar o esquema de branqueamento de capital. Mitch não tem como negar esta "ajuda". A sua sobrevivência depende disso mesmo,<br />
<br />
Ray McDeere, irmão de Mitch a cumprir uma pena de prisão de 15 anos, pode beneficiar com esta situação e ajudar o irmão a atingir os seus objectivos.<br />
<br />
Os dados estão lançados para um thriller irresistível e viciante onde o mais difícil é parar de ler.<br />
<br />
Não sou um leitor frequente de thrillers, mas a verdade é que gostei deste livro, o qual poderá assumir um papel de responsabilidade por uma nova tendência nas minhas opções literárias.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 463</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-972-25-2495-7</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="http://www.bertrandeditora.pt/livros/ficha/a-firma?id=13992045" target="_blank">Bertrand Editora</a></span><br />
<br />
<b>Nota final:</b> Quando acabei de ler o livro tive uma enorme vontade de ver o filme (do qual já não me lembrava mesmo!). Gostei de ver, mas o desenlace do filme é bastante diferente do livro e o livro, uma vez mais, é claramente melhor).<br />
<br />
Para ver, ou rever, o trailer:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Auxb3l4Y8j0/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/Auxb3l4Y8j0?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0Lisbon, Portugal38.7222524 -9.139336599999978738.6226399 -9.3013850999999779 38.8218649 -8.97728809999998tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-75355532811345596522015-07-27T17:26:00.000+01:002015-10-08T00:16:55.479+01:00O meu programa de Governo - José Gomes Ferreira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-9Dk2QXCnQRc/VD7ykwxtHMI/AAAAAAAAFzs/L1YNKPWGXdA/s1600/O%2Bmeu%2Bprograma%2Bde%2Bgoverno.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-9Dk2QXCnQRc/VD7ykwxtHMI/AAAAAAAAFzs/L1YNKPWGXdA/s200/O%2Bmeu%2Bprograma%2Bde%2Bgoverno.jpg" width="133" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso ter estômago para se conseguir ler esta obra até ao fim. Desenganem-se os que pensarem que este é apenas um livro de conversa fiada. Nada disso! Quem já ouviu falar José Gomes Ferreira sabe que aqui encontra um livro cheio de seriedade e frontalidade. Este sim é um verdadeiro programa de governo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre José Gomes Ferreira há muito a dizer. Gosto do seu trabalho enquanto jornalista e comentador. Tenho-o como boa pessoa, embora não o conheça pessoalmente, considero-o coerente, justo, frontal e corajoso. O episódio (lembrado no livro) com o Ministro Teixeira dos Santos é um excelente exemplo destes adjetivos, quando formulou a seguinte observação: <i>"sendo o problema do nosso país o excesso de dívida, o senhor ministro das Finanças parece aquele adicto que, na manhã seguinte ao abuso de certas substâncias, está cheio de dores e, para as aliviar, procura tomar ainda mais substâncias prejudiciais à saúde!".</i> Fantástico, parabéns pela sua coragem, diria eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É essencial fazer o enquadramento da obra: foi terminada em 10 Maio de 2013. Acho impressionante que apesar de terminar a sua leitura mais de dois anos depois, esta mantém-se bem atual. Dois anos de facto pode não parecer muito, mas nos temas abordados e da forma como as coisas tem acontecido no nosso país, dois anos poderia ser o suficiente para tudo estar desatualizado. É que esta não é uma abordagem superficial aos temas, é uma análise concisa do problema e das possíveis soluções. Em alguns casos, como o do BES, verificou-se que infelizmente o autor de certa forma até conseguir prever o pior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Claro que como qualquer humano também erra e o futuro já nos mostrou que quando dizia <i>"todo o dinheiro que os cidadãos portugueses e estrangeiros têm nos bancos portugueses está seguro"</i>, afinal não era bem assim!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca neste livro se envereda pelo caminho mais fácil, tantas vezes usado, de dizer que a classe política é toda igual, corrupta e que todos os partidos são prejudiciais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gostei imenso de ler este livro e apesar do tempo que demorei, por motivos alheios à obra, nunca me senti entediado ou com vontade de o largar, como não poucas vezes acontece com obras deste género.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um livro cheio de ideias e de frases/pensamentos para mais tarde recordar, pelo que não posso deixar de transcrever aqui duas ou três ideias com as quais especialmente me identifiquei:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Segurança Social (ADSE vs Privado):</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Os contribuintes portugueses que trabalham no sector privado, os mesmos contribuintes que já pagam 11 por cento sobre o seu salário, para o seu próprio sistema de segurança social (acrescidos de 23,73 por cento sobre o mesmo salário, pagos pelo patrão), têm de pagar cada vez mais IRS, também para ajudar o Estado a pagar as reformas da maior parte dos funcionários públicos e de políticos que entretanto requereram pensões (com menos anos de descontos que outros funcionários públicos e muito menos que os trabalhadores do regime privado).</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Decisões/juízes do Tribunal Constitucional</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"A continuarmos por este caminho, um dia alguém se lembrará de entregar a governação do país aos juízes do Tribunal Constitucional. Os mesmos que podem reformar-se aos 40 anos, com apenas 10 anos de serviço, ou aos 42 anos independentemente dos anos de trabalho..."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Diferenças culturais</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Nos metropolitanos de Nova Iorque, Londres, Paris e das grandes cidades das economias emergentes, vê-se muita gente a ler livros técnicos, direito e biologia, medicina, os clássicos da literatura...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>No metro e nos comboios de Lisboa e Porto, lêem-se os jornais desportivos e revistas sobre vidas de famosos que o são apenas por um ou dois verões..."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Págs. 475</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Ref. ISBN: 978-972-20-5262-7</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Editora: <a href="http://www.leyaonline.com/pt/livros/historia-e-politica/politica/o-meu-programa-de-governo/" target="_blank">Livros D'Hoje</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com2Vila Rosa, Portimão, Portugal37.1253406 -8.540241000000037337.1221586 -8.5453050000000381 37.128522600000004 -8.5351770000000364tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-2153378283306100422015-03-22T23:08:00.002+00:002015-09-30T21:58:29.251+01:00"Desassossego da liberdade" - Colectânea de Contos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-rgSKlmai7D0/VgxMqK-OIFI/AAAAAAAAKA4/zbAJ_D49eOE/s1600/Desassossego%2Bda%2Bliberdade.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-rgSKlmai7D0/VgxMqK-OIFI/AAAAAAAAKA4/zbAJ_D49eOE/s320/Desassossego%2Bda%2Bliberdade.png" width="235" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
A colectânea de contos "Desassossego da Liberdade" é um projeto bastante interessante que reúne contos de autores consagrados, novos autores e ainda convidados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sofia Teixeira, do blogue <a href="http://www.branmorrighan.com/" target="_blank">BranMorrighan</a>, é a anfitriã deste deste trabalho, foi a primeira convidada do programa e apresenta-lhe, em conjunto com a editora Livros de Ontem, uma colectânea surpreendente e repleta de grandes nomes da literatura portuguesa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas para que o livro saia à rua é preciso a ajuda de todos os que nele acreditam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Está a decorrer um crowdfunding em que todos estamos convidados a participar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://ppl.com.pt/pt/livros-de-ontem/desassossego-da-liberdade#_=_" target="_blank">http://ppl.com.pt/pt/livros-de-ontem/desassossego-da-liberdade#_=_ </a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Conspiração das letras deseja as maiores felicidades a todos os intervenientes neste trabalho.</div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-75481913041198584822015-01-18T12:27:00.004+00:002015-10-22T23:18:30.883+01:00A minha História de Portugal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-tRIB-z59PZ4/VilgdG1wneI/AAAAAAAAKZU/CN3ONeno0Is/s1600/A%2Bminha%2BHist%25C3%25B3ria%2Bde%2BPortugal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-tRIB-z59PZ4/VilgdG1wneI/AAAAAAAAKZU/CN3ONeno0Is/s200/A%2Bminha%2BHist%25C3%25B3ria%2Bde%2BPortugal.jpg" width="134" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>“A minha História de Portugal” é um livro que concilia o rigor <span style="text-align: center;">dos conteúdos com uma abordagem apelativa. </span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Se a História do nosso país está repleta de aventuras, batalhas, revoluções, viagens, por que haveria de ser aborrecida para os mais novos? Elisabete Jesus e Eliseu Alves, dois experientes professores de História e autores de livros escolares, abraçaram um novo desafio editorial e, com a ajuda do trabalho de ilustração de André Marques e Rodrigues Prazeres Saias e o design de Margarida Sarabando, apresentam o novo A minha História de Portugal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Destinado aos leitores entre os 8 e os 13 anos de idade, o A minha História de Portugal parte do princípio de que conhecer a História do nosso país é saber mais sobre quem somos, sobre a nossa identidade, e permite compreender o que podermos ser e fazer no presente e no futuro. Este livro distingue-se pela sua apresentação bastante apelativa. As ilustrações prendem a atenção dos jovens leitores, os frisos cronológicos dão um fio condutor que interliga todos os assuntos abordados e há uma relação do texto com a imagem bastante eficiente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, os autores conseguiram encontrar um registo narrativo que assegura a qualidade científica dos conteúdos e, ao mesmo tempo, uma abordagem que promete atrair e conquistar a atenção dos leitores para a nossa História.</div>
<div style="text-align: justify;">
A minha História de Portugal é uma excelente proposta para dar a conhecer aos mais novos os factos, as personalidades e os feitos que definiram o percurso do nosso país durante mais de oito séculos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><b>Título:</b> A minha História de Portugal</span></div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><b>Autores:</b> Elisabete Jesus e Eliseu Alves</span></div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><b>Ilustração:</b> André Marques e Rodrigo Prazeres Saias</span></div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><b>Págs:</b> 144</span></div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><b>PVP:</b> € 17,70 </span></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/a-minha-historia-de-portugal/a/id/15933735?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a>.</div>
<div>
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
</div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-10454151874432345592014-11-13T22:51:00.001+00:002015-01-18T11:55:38.806+00:00Michael Cunningham em Lisboa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Nuno Lobo Antunes, escritor e neuropediatra e Filpa Melo, escritora e crítica literária, conversam com Michael Cunningham, autor galardoado com o Prémio Pulitzer, acerca do seu mais recente romance A Rainha da Neve. </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Dia 18 de Novembro, terça-feira, pelas 19 horas, na FNAC-Chiado, Armazéns do Chiado, Rua do Carmo n.º 2, Loja 407, em Lisboa.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
O autor lerá excertos da sua obra.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Seguir-se-á uma sessão de autógrafos.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<u><b>ENTRADA LIVRE</b></u></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-65565676191543056692014-11-10T15:44:00.001+00:002014-11-13T22:52:58.673+00:00Novidades Livros d'Hoje: Carta a um bom português - José Gomes Ferreira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-jTn0s8w7R28/VGDahbievbI/AAAAAAAAGGI/y0vGJs1EYm8/s1600/Carta%2Ba%2Bum%2BBom%2BPortugu%C3%AAs.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://3.bp.blogspot.com/-jTn0s8w7R28/VGDahbievbI/AAAAAAAAGGI/y0vGJs1EYm8/s200/Carta%2Ba%2Bum%2BBom%2BPortugu%C3%AAs.jpg" width="132" /></a></div>
<b>Carta a um bom português - José Gomes Ferreira</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Manual para fazer a revolução de cidadania que falta para resgatar o País</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sinopse:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Carta a um Bom Português, o autor apresenta-nos um manual para fazer a Revolução de Cidadania que falta no País de modo a que se possa criar uma Economia mais produtiva e uma Sociedade mais equilibrada; uma Revolução de Cidadania para ajudar os governantes a resolver os bloqueios gravíssimos que nos prejudicam; para obrigar os políticos a fazerem o que têm de fazer: reduzir a influência dos lóbis que nos esmagam a todos, cidadãos e empresas. Uma Revolução que à partida não é destinada a derrubar Governos, mas sim a fixar-lhes um objectivo prioritário - Obrigá-los a reconstruir Portugal. </div>
<div style="text-align: justify;">
E se não forem capazes, então sim, forçar os políticos incapazes a abandonar o Poder.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sobre o autor:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
José Gomes Ferreira tem uma paixão pela Literatura, mas para já dedica o seu tempo ao Jornalismo. Em 1988 começou a trabalhar na primeira revista portuguesa de Economia, a Classe, passou pelas redacção da TSF e do Público e, em 1992, mudou-se para a SIC, onde permanece sendo Sub-Diretor de Informação. É uma das vozes mais ouvidas quando o assunto diz respeito ao estado da Economia portuguesa e ao estado do Estado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quer continuar a aprofundar mais os seus conhecimentos sobre a Economia e a Sociedade em que vivemos e transmiti-los ao maior número possível de portugueses. Por isso, traz-nos um livro que explica a verdadeira situação do País. E onde aponta soluções.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Edição/reimpressão: 2014</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Páginas: 264</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editor: Livros d'Hoje</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">ISBN: 9789722056069</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/carta-a-um-bom-portugues/a/id/16006259?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a>.</div>
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<br /></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-41664655464684060102014-10-29T01:00:00.000+00:002014-11-10T16:08:26.701+00:00Novidades Bertrand Editora: Estalinegrado - Antony Beevor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ywTikspd6W0/VFA5SlfK3VI/AAAAAAAAGAQ/5t-Z1MP-DbE/s1600/Estalinegrado.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ywTikspd6W0/VFA5SlfK3VI/AAAAAAAAGAQ/5t-Z1MP-DbE/s1600/Estalinegrado.jpg" height="200" width="128" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Estalinegrado - Antony Beevor</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Em outubro de 1942, um oficial dos Panzers escreveu: «Estalinegrado já não é uma cidade… Os animais fogem deste inferno; nem as pedras mais duras conseguem resistir por muito mais tempo; só os homens se aguentam.»</div>
<div style="text-align: justify;">
Para muitos, a Batalha de Estalinegrado simboliza o ponto de viragem da Segunda Guerra Mundial. A vitória do Exército Vermelho e o fracasso da Operação Barbarossa alemã marcaram a primeira derrota nas ambições territoriais de Hitler e o princípio do seu declínio. </div>
<div style="text-align: justify;">
Pouco se sabe contudo do que de facto aconteceu em Estalinegrado. Depois de avançar sobre o território soviético, as forças de Hitler detêm-se a alguns quilómetros de Moscovo e avançam para o maior erro da estratégia nazi: Estalinegrado. </div>
<div style="text-align: justify;">
A batalha pela cidade tornou-se o foco de atenção tanto de Hitler como de Estaline, convencidos como estavam de que seria determinante para vencer a guerra na Frente Oriental. Os cidadãos de Estalinegrado viveram sofrimentos inimagináveis e a atalha foi brutalmente destrutiva para ambos os exércitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Neste livro aclamado pela crítica e vencedor de vários prémios, incluindo o Samuel Johnson Prize, Antony Beevor dá-nos um olhar único sobre um dos momentos mais negros da história da Europa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sobre Antony Beevor:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Os livros de Antony Beevor incluem Paris Após a Libertação, 1944-1949 (escrito com a sua mulher, Artemis Cooper); Estalinegrado, vencedor do Samuel Johnson Prize, do Wolfson Prize na área de História e do Hawthornden Prize na área de literatura; A Queda de Berlim - 1945, vencedor do primeiro Longman - History Today Trustee’s Award e recentemente considerado um dos melhores livros da primeira década do século XXI pelo New York Times e pelo Telegraph, e, mais recentemente, A Guerra Civil de Espanha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Editor: Bertrand Editora</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Dimensões: 150 x 235 mm</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Encadernação: Capa mole</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Páginas: 544</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/estalinegrado/a/id/15853383?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-73628541343619622432014-10-29T00:19:00.001+00:002014-11-10T15:50:01.453+00:00Novidades Babel: O Físico Prodigioso - Jorge de Sena (2.ª edição)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-QwPfkuttERU/VFAsevF_FpI/AAAAAAAAF_4/MaeUy3z85RU/s1600/O%2BF%C3%ADsico%2BProdigioso.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-QwPfkuttERU/VFAsevF_FpI/AAAAAAAAF_4/MaeUy3z85RU/s1600/O%2BF%C3%ADsico%2BProdigioso.jpg" height="200" width="127" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O Físico Prodigioso - Jorge de Sena (2.ª edição)</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
«Símbolo da liberdade e do amor», nas palavras do seu autor, O Físico Prodigioso é uma obra de 1964 aqui apresentada segundo a reedição de 1977. Novela fabulosa, bebe na tradição do conto fantástico português, mais concretamente no Orto do Esposo, selecta anónima do século XV, inspirando-se em dois episódios narrativos dela constantes, amplificando-os e enriquecendo-os. Nesta obra, mais uma vez Jorge de Sena se nos revela como escritor plural, criando um ambiente medieval, religioso e mítico, evocando cantigas de amigo e sublimando um texto marcado pelo erotismo, breve marca do humano, punida pela moralidade vigente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Livro recomendado pelo <b>Plano Nacional de Leitura</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura. Também recomendado para a Formação de Adultos, como sugestão de leitura - Grau de Dificuldade II.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Formato: 135 x 215</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Páginas: 128</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">ISBN: 978-972-665-657-9</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">PVP: 17.16€</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
Pode adquirir este livro <a href="http://www.wook.pt/ficha/o-fisico-prodigioso/a/id/6673824?a_aid=4eaaa90208238" target="_blank">AQUI</a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-16933502318869492552014-10-09T16:57:00.000+01:002014-11-10T12:21:32.509+00:00Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Jr4Q4kz2q0M/VDf17l0yaTI/AAAAAAAAFr0/4LZU1TOFnqE/s1600/Mem%C3%B3rias%2Bde%2BAdriano.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Jr4Q4kz2q0M/VDf17l0yaTI/AAAAAAAAFr0/4LZU1TOFnqE/s1600/Mem%C3%B3rias%2Bde%2BAdriano.png" height="200" width="139" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Memórias de Adriano é uma obra escrita pela belga Marguerite Yourcenar e é uma suposta autobiografia sobre a vida e morte do imperador romano Adriano. Estas memórias são escritas sob a forma de uma carta ao seu filho adotivo de 17 anos, futuro imperador Marco Aurélio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Memórias de Adriano é seguramente o livro mais difícil que li até hoje. É inegável que se trata de uma obra prima de literatura, a obra de uma vida. Qualquer escritor gostaria de um dia conseguir escrever um livro assim. Ainda assim, não é um tipo de obra que prende o leitor com vontade de saber o que vem a seguir. Nada disso! Trata-se antes de uma leitura que por ser tão rica e densa por vezes se torna cansativa, tornando necessário intercalar com outras obras de digestão mais fácil. Platão, no primeiro registo sobre o conceito de belo que há memória disse: <i>"o belo é difícil"</i>. Penso que é um pouco este o pensamento que fica implícito quando entramos nesta narrativa complicada e susceptível de muitas interpretações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Marguerite Yourcenar escolheu Adriano, para tema deste romance, por ter vivido numa época intercalar em que já não se acreditava nos deuses romanos, no entanto o Cristianismo ainda não se tinha firmado, o que lhe despertou curiosidade porque ela própria viveu uma época semelhante na Europa do pós-guerra, deixando-se talvez inspirar por Flaubert que sobre o mesmo assunto disse: <i>"Não existindo já os deuses e não existindo ainda Cristo, houve de Cícero a Marco Aurélio, um momento único em que só existiu o homem" .</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A carta é escrita quando Adriano sente que a doença o está a levar apressadamente ao fim dos seus dias <i>("Aceito com tranquilidade o facto de estar doente")</i>, sentindo por isso necessidade de escrever "o estado da nação" numa passagem de testemunho. Com este documento pretende revelar de forma transparente aquilo que foi a sua vida de imperador, ao contrário do que já havia sido escrito na sua biografia oficial. Desta forma fica demonstrada a preocupação em mostrar aquilo que verdadeiramente foi e fez, em vez de se deixar ficar pela imagem passada pelos historiadores, numa clara critica aos seus antecessores que deixaram que assim acontecesse <i>("Dizer que os meus dias estão contados não significa nada")</i>.<br />
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Ao longo da obra, a autora mostra-nos particularidades muito interessantes de Adriano. Ressalvo o facto de ter como <i>hobbie </i>a leitura de relatórios de polícia, pois daí conseguia retirar informação sobre a mente humana. Casou-se com Sabina, sobrinha-neta de Trajano (o seu antecessor), mas não se casou pela beleza, pois esta foi insuficiente para que não se arrependesse depressa. Ainda assim, sentia por ela um amor platónico. Sobre o amor tem esta confissão, da qual gostei particularmente: <i>"E confesso que a razão fica confundida perante o prodígio do amor, da estranha obsessão que faz que esta mesma carne, que tão-pouco nos preocupa quando compõe o nosso próprio corpo, limitando-nos a lavá-la, a alimentá-la e, se possível, a impedi-la de sofrer, possa inspirar-nos uma tal paixão de carícias simplesmente porque é animada por uma individualidade diferente da nossa e porque representa certos lineamentos de beleza sobre os quais, aliás, os melhores juízes não estão de acordo"</i>.</div>
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Sobre a guerra, está convencido que esta não é mais do que uma fonte de despesa, desordem e desobediência dos seus. Por isto opta por não seguir a mesma política de Trajano, optando por uma postura mais defensiva do território, ao invés de o tentar aumentar.<br />
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Uma reconstituição deste género, escrita na primeira pessoa, sendo que essa pessoa viveu no séc. II, é por si só meritória do nosso interesse. Não posso dizer que foi um livro que me apaixonou, mas é de certeza uma obra que jamais irei esquecer e que me abriu os horizontes para algo que até então nunca tinha visto.<br />
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<span style="font-size: x-small;">Págs. 312</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-568-685-0</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="http://www.babel.pt/?p=231" target="_blank">Uisseia</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com02620 Olival Basto, Portugal38.7912444 -9.163348300000052438.7664924 -9.2036888000000516 38.815996399999996 -9.1230078000000532tag:blogger.com,1999:blog-5191075936525287855.post-82150979214990847582014-10-07T17:39:00.000+01:002016-01-17T15:47:42.856+00:00Um mundo sem fim (Vol.1) - Ken Follett<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-zXDxsDXfeZo/VDfyiUDF2pI/AAAAAAAAFqg/XQGuuqUar0g/s1600/Um%2Bmundo%2Bsem%2Bfim%2B-%2BVolume%2B1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-zXDxsDXfeZo/VDfyiUDF2pI/AAAAAAAAFqg/XQGuuqUar0g/s1600/Um%2Bmundo%2Bsem%2Bfim%2B-%2BVolume%2B1.jpg" width="130" /></a></div>
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Ken Follett é para mim sinónimo de Certificado de Qualidade, pelo que não será de estranhar que, tendo passado algum (muito) tempo depois de ter lido o meu último livro, tenha escolhido este autor para marcar a minha reentrée.</div>
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O regresso a Kingsbridge estava marcado desde que terminei a leitura de <i>Os pilares da terra</i> <a href="http://conspiracaodasletras.blogspot.pt/2012/01/os-pilares-da-terra-vol-i-ken-follett.html" target="_blank">(Vol. 1)</a> e <a href="http://conspiracaodasletras.blogspot.pt/2012/04/os-pilares-da-terra-vol-ii-ken-follett.html" target="_blank">(Vol. 2)</a>. Cerca de duzentos anos depois, os personagens são naturalmente outros, mas quase tudo o resto se mantém na mesma, na terra de Tom o pedreiro. </div>
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Desde cedo somos invadidos pelo poder de Follett inverter a rota dos acontecimentos e surpreender o leitor com cenas de suster a respiração. O resultado é um ritmo de leitura vertiginoso e uma vontade enorme de saber o que se vai passar a seguir. Ainda assim, na minha opinião, o ponto forte é mesmo a forma intensa como são caracterizadas as personagens, levando o leitor a amá-las ou odiá-las com a maior das facilidades.</div>
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Apesar de ser uma obra que se pode ler sem se ter lido <i>Os pilares da terra</i>, a verdade é que na minha opinião faz mais sentido ser lida apenas depois. Provavelmente <i>Um mundo sem fim</i> não existiria não fora o enorme sucesso atingido por <i>Os pilares da terra</i>, de forma a rentabilizar ainda mais o filão de ouro então descoberto, porém isso em nada diminui a presente obra. Os enredos são independentes, apesar dos personagens serem descendentes dos personagens da obra anterior. </div>
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É quase impossível não fazer mais comparações entre as duas obras. Em ambas o mote principal é a ambição de um pedreiro que pretende construir algo majestoso. Se em <i>Os pilares da terra</i> haviam Tom e mais tarde Jack com o sonho de construir uma catedral, agora é Merthin que quer construir uma ponte, da qual depende o futuro e a prosperidade do priorado.</div>
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A obra começa com a morte de dois homens por um cavaleiro, presenciada por quatro crianças. Durante este primeiro volume acompanhamos o trajeto de cada uma delas, e do cavaleiro também, mas sem nunca se perceber o que realmente aconteceu naquele dia. Sabe-se que algo importante com implicações futuras, mas só isso.</div>
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Como referi, o ritmo da narrativa é impressionante e a vontade de ler o que vem a seguir é mais que muita. Mal posso esperar por começar a ler o segundo volume...<br />
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<span style="font-size: x-small;">Págs.581</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Ref. ISBN: 978-972-23-4003-8</span><br />
<span style="font-size: x-small;">Editora: <a href="http://www.presenca.pt/livro/ficcao-e-literatura/romance-historico/um-mundo-sem-fim-1286819191/" target="_blank">Editorial Presença</a></span></div>
Marco Caetanohttp://www.blogger.com/profile/05660066148108374504noreply@blogger.com02620 Olival Basto, Portugal38.7912444 -9.163348300000052438.7664924 -9.2036888000000516 38.815996399999996 -9.1230078000000532