
Interessante também é notar que apesar de serem fora do normal, conseguem transportar-nos para cenas bem reais como se tudo isto fosse uma metáfora.
Na metamorfose Gregor Samsa acorda um dia para ir trabalhar e verifica que se transformou num insecto, algo do género de uma aranha! Naturalmente toda esta transformação impressiona imenso a sua família. De inicio a todos parece que a transformação terá sido apenas física, porém todos se acabem por convencer de que a transformação foi completa. Na verdade Gregor nunca deixa de pensar como um humano e com isso Kafka aproxima o leitor a esta interessante personagem.
Um outro dado curioso desta história é facto de Gragor ter começado a trabalhar para com isso resolver as dividas que o pai tinha criado e que causavam imensas dificuldades à família. Com este trabalho passou a ser o único sustento da família. Porém quando a sua doença se começou a prolongar percebeu que afinal o dinheiro que tinha dado até deu para fazer poupança (apesar de dividas não terem sido totalmente liquidadas. Algum tempo depois já toda a gente trabalhava, passando ele a ser desprezado inclusive pela irmã, que no inicio era a única que lhe dava alguma atenção. O final é curioso, mas naturalmente não vou contar!
Uma pequena referência ao prefácio de Vladimir Nabakov que existe na edição que li. É sem dúvida muito útil para perceber a obra, porém acaba por ser demasiado exaustivo e deixa muito pouco para quem vai ler a obra logo a seguir. Penso que este texto deveria aparecer no fim do livro.
Por último, gostaria de mostrar uma imagem de pintora portuguesa que admiro bastante: Paula Rego. Esta imagem mostra no seu ver a metamorfose e encontra-se presente numa versão ilustrada pela própria editada pela Quasi Edições.

Págs. 140
Ref. ISBN: 972-708-851-1
Editora: Relógio D'Água