Desde que, em 2007, tive oportunidade de conhecer Cuba, tenho adiado a leitura de uma obra de Hemingway. A ligação do povo cubano a este autor pareceu-me tão grande e tão apaixonada que, ainda que não houvesse outros motivos, facilmente se percebia que se trata de um autor muito especial.
O adeus às armas foi uma escolha ao acaso de entre os livros do autor disponíveis numa tarde da Feira do Livro em Lisboa. Por certo, se tivesse disponível teria trazido o "Por quem os sinos dobram", mas foi este que desta vez calhou na rifa.
Em plena I Guerra Mundial, em várias cidades italianas, o americano Frederic Henry, um condutor de ambulâncias na frente de guerra, apaixona-se por uma enfermeira inglesa de seu nome Catherine Barkley.
Como facilmente se pode antever, as vicissitudes da guerra têm todos os ingredientes para dificultar uma história de amor por mais bela que seja. Ainda assim, não há impossíveis quando duas pessoas querem ficar juntas.
Pensa-se que o cerne desta história seja autobiográfico, porém é uma informação da qual não há certeza. Certo é que a experiência de Hemingway na guerra foi determinante para uma descrição fiel das dificuldades vividas por quem lá passou. Valores como determinação, lealdade e amizade são constantes ao longo da obra.
Em suma gostei do que li, muito fácil leitura e ao mesmo tempo cativante. Não acho um enredo fora de série, no entanto é uma história que na minha opinião vale a pena ler.
Por último uma palavra para esta edição da Livros do Brasil. No meu entender, em tempos em que a tecnologia tem avanços enormes diariamente, já nada justifica a quantidade de gralhas ortográficas e de construção de frases existentes nesta edição. "Penso que cada vez que alguém lê este livro Hemingway deve dar voltas e mais voltas no caixão". Também a tradução não é nenhuma maravilha. Enfim, não havia necessidade!
Págs. 347
Ref. ISBN: 972-38-2674-7
Editora: Livros do Brasil