quarta-feira, 29 de julho de 2020

Cem Anos de Solidão - Gabriel Garcia Márquez

Tenho alguma, bastante, dificuldade em escrever sobre este livro. Depois de ter lido e gostado muito, mesmo muito de O amor nos tempos de cólera, as expectativas estavam muito altas. Mas, começando pelo fim, as minhas expectativas saíram goradas. Sei que se trata de uma das obras mais traduzidas de sempre, mas não faria sentido escrever a minha opinião se a mesma não fosse sincera.

Cem anos de solidão tem momentos muito bem desenhados, em que o refinado sentido de humor de Garcia Márquez se faz sentir. As várias gerações da família Buendía, com origem em  José Arcadio Buendía e sua esposa, Úrsula Iguarán contam aventuras e desventuras, delírios e alucinações desta família. Tudo se passa em Macondo, uma aldeia, mais tarde vila e até mesmo cidade, sem que nunca seja desvendada a sua localização exata. Adivinha-se no entanto que seja algures na América Latina, num lugar remoto, longe da civilização.

Durante cem anos vamos conhecendo os descendentes de José Arcadio Buendía e algo que todos à sua maneira têm em comum, a incapacidade de fugirem à solidão. A forma como vão morrendo é sempre inesperada, mesmo para as mentes mais férteis.

Como um jogador de futebol, conhecido por ser um astro da bola, mas que se demora a impor no clube atual, de quem os adeptos apenas vão vendo alguns rasgos de genialidade sem passar daí, assim senti este livro. Tem excertos geniais, mas por vezes é demasiado repetitivo e até mesmo enfadonho. Ainda bem que li O amor nos tempos de cólera antes, pois assim decididamente hei-de voltar ao autor.

Págs. 384
Ref. ISBN: 978-972-200-031-4 
Editora: Publicações Dom Quixote