Decidi que deveria intercalar a leitura duma obra contemporânea com um clássico. Quem melhor para começar do que o grande Eça de Queirós?
Quando andava no liceu fui obrigado a ler os Maias, mas sim, foi mesmo por obrigação! Não me lembro de um único personagem da história... Mas enfim, se calhar para algumas pessoas, aprender a gostar de ler é como aprender a gostar de sopa ou de vinho: só se aprende ao fim de algum tempo, ou no caso da sopa quando se sente a sua falta.
Após escolher o autor, havia que escolher a obra. O critério foi: "das que tenho em casa escolho a mais pequena". É um livro um pouco maçudo, mas a história é muito interessante e o enredo é muito engraçado.
A Relíquia narra a história de vida do jovem Teodorico Raposo (o Raposão) contada na primeira pessoa. Teodorico foi ensinado a amar a religião, porque amar a religião é amar a titi e é necessário amar a titi. Isso não o inibe de satirizar a religião, as crenças e costumes da época.
A viagem que faz à Terra Santa é repleta de histórias engraçadas: o amor por Maricoquinhas, o incansável sábio Dr. Topsius.
Se dúvidas houvessem acerca da intelectualidade de Eça, bastava ler esta obra e ver a abrangência dos temas abordados, numa altura em que o preço da informação não estava à distância de um simples "click".
Sem comentários:
Enviar um comentário