
Numa época em que Portugal se encontra no auge perante os olhos do mundo, dadas as descobertas a além-mar, um rei dado à ostentação, envia a Roma uma comitiva em seu nome para assim dar a conhecer ao representante máximo da Igreja, Sua Santidade o Papa Leão X, o poderio aparente de uma nação que aliada aos descobrimentos teria a missão de cristianizar o mundo desconhecido.
A comitiva é então enviada carregando uma enorme quantidade de presentes, com um valor imensurável, que tanta falta fazia à nossa nação. Destes faziam parte alguns animais selvagens (mais um elefante!!!), muito ouro, pedras preciosas, etc. A comitiva chefiada por Tristão da Cunha era constituída por alguns fidalgos, médicos, padres e outros perfazendo um número próximo das 300 pessoas.
A festa organizada em Roma, foi um evento nunca visto. A dimensão foi tal que nem mesmo a tomada de posse do Papa teria sido tão vistosa. Foi este o enquadramento que José Manuel Saraiva utilizou bastante bem para satirizar a corte portuguesa e ainda desvendar alguns dos seus segredos em paralelo com a análise feita ao Vaticano. Segundo o autor as coincidências não eram assim tão poucas!
Em paralelo a esta história de fundo está então uma bela história de amor, como disse,entre a judia Raquel Aboab e o fidalgo da corte D. Diogo Pacheco.
As causas da perseguição aos judeus é também explorada e quanto a mim muito bem integrada no seio da história.
No final temos um livro interessante, de leitura bastante fácil. Recomendo.
Págs. 249
Ref. ISBN: 978-989-555-364-8
Editora: Oficina do Livro