sábado, 8 de maio de 2010

O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

Ao iniciar a leitura deste romance não sabia nada acerca da forma de escrever de Oscar Wilde. Ainda assim tinha associado a este nome a ideia de um autor um tanto ou quanto filosófico mas ao mesmo tempo de uma literatura fluida.

Na vertente filosófica acho que não me enganei, o livro está repleto de reflexões e aforismos bem interessantes por sinal. No que diz respeito à fluidez da escrita, de facto acho que tinha uma ideia errada.

Após ler algumas páginas, dei por mim a fazer algo que até então nunca tinha feito: tomar apontamento de alguns desses aforismos que me chamaram a atenção. Eis alguns exemplos:

“Não existem livros morais ou imorais. Os livros são mal ou bem escritos. É tudo.”

“Sabe mais do que pensa que sabe, tal como sabe menos do que quer de saber.”

“A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura mais tempo.”

“Os jovens querem ser fiéis e não são, os velhos querem ser infiéis e não podem.”

Mas foi Sol de pouca dura! O enredo começou a ser monótono, a enfastiar ao ponto de perto do fim se tornar quase leitura por obrigação de terminar o livro.

Tudo se passa em Londres, finais do século XIX. Basil Hallward é um pintor que vê em Dorian Gray o modelo que nunca tinha encontrado em nenhuma outra pessoa. O seu envolvimento em busca da perfeição é tão grande que após várias sessões a obra resultante (O retrato de Dorian Gray) é considerada, pelo amigo Lord Henry, a sua obra-prima.

Nunca estas personagens pensaram na influência que esta obra poderia ter nas suas vidas. Dorian Gray cedo percebe a perfeição da sua imagem naquela tela e inveja-a por isso. Sente que a tela nunca envelhecerá ao contrário dele próprio. Não verdade não é isso que acontece, será o retrato a envelhecer e ele a ficar com a mesma aparência. A maneira como Dorian Gray lida com isso é o que Oscar Wilde nos mostra neste romance.

A ideia é original e bem pensada, mas de facto o livro não me atraiu.

Págs. 276
Ref. ISBN: 978-708-391-9
Editora: Relógio D'Água

9 comentários:

Diana Marques disse...

Eu adorei este livro do início ao fim! Li-o no original, e achei-o uma obra-prima.

Os discursos do Lord Henry, então, são fantásticos, para além de fornecerem um retrato e crítica social bastante aguçada da época.
Que pena que não tenhas gostado...

Continuação de boas leituras,
Diana

susemad disse...

De facto esta obra foi polémica na época, devido ao seu conteúdo considerado escandaloso. Não sei se sabes, mas Oscar Wilde era homossexual e foi preso por isso.

No entanto, discordo com a tua opinião, pois considero esta obra de Wilde fascinante! A melhor que li do autor!
A forma genial como ele expõe a sociedade da época, os seus conceitos de virtude, que afinal não passavam de defeitos, não deixam de ser uma comédia aos costumes da hipócrita sociedade vitoriana!
Outro ponto é o confronto de Dorian com a beleza do retrato e a revelação de não poder permanecer eternamente jovem, levando-o a prometer a sua alma em troca da juventude eterna. Este é sem dúvida o culminar da obra! Pois este não deixa de ser um dos conflitos que continua a perturbar a mente humana! O ser eterno, jovem e belo!
Wilde confronta-nos com o impossível da perfeição e com a nossa mortalidade! Não dá para fugir, nem mesmo recorrendo às plásticas! :)
Boas leituras!

Marco Caetano disse...

Olá Diana! Olá tonsdeazul!

Sinceramente gostei muito dos vossos comentários sobre O retrato de Dorian Gray.

Efectivamente desconhecia que Dorian Gray era homossexual, mas de certa forma ajuda-me a percber melhor algumas ideias!

Como disse acho a ideia do enredo muito original, e concordo também que os pensamentos de Lord Henry são por vezes interessantes! Ainda assim no compto geral não me fascinou...

Continuação de boas letras...

Filipe de Arede Nunes disse...

É um livro fantástico. Caustico, abrangente, poderoso e marcante.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Adorei também o livro... a essência deste reside no retrato de Dorian Gray que aprisiona não só o parecer como o ser desta personagem, que não se conforma com a realidade e pequenez das coisas.

Pena não ter gostado!

Boas leituras!:)

Anónimo disse...

Muito boa tarde!
Sendo uma estudante do 12º ano os vossos comentários não me deixaram indiferente em relação à leitura do livro de Oscar Wilde "O retrato de Dorian Gray". Pois faz parte da avaliação da disciplina de Português uma apresentação Oral do resumo de um livro à nossa escolha, onde também apresentamos uma crítica geral. E por isso mesmo gostaria de saber se este livro será ideal para fazer a sua apresentação oral onde o importante é cativar os restantes colegas, sobretudo a professora que está a avaliar, à leitura desse mesmo livro. E, uma vez que vocês já tiveram a oportunidade de o ler, gostaria de saber a vossa opinião.Claro, se me puderem ajudar na elaboração de uma crítica e do resumo será bem-vinda.
Obrigada pela vossa colaboração :)

P.s: a apresentação é apenas de 6 minutos :(

Marco Caetano disse...

Olá!

Curioso, já não é a primeira aluna que recorre aqui à Conspiração em busca de ajuda. Fico contente se de alguma forma puder ajudar!

O retrato de Dorian Gray é um colosso da literatura mundial. Como por certo percebeu do que escrevi, não gostei particularmente do livro.
Já tenho dito, em tom de brincadeira, que se não gostei por certo o defeito não é do livro..
Ou seja, este poderá ser um óptima escolha para a sua apresentação. Tem outras hipóteses?

Se quiser contactar-me por mail:
marcocaetano@sapo.pt

Miguel Pestana disse...

tenho curiosidade em ler este livro.
Já andei para comprá-lo várias vezes. Nunca li nada do Oscar Wilde, portanto quero ter uma opinião àcerca da sua escrita. Tenho a impressão que a sua escrita é clássica e com frases que fazem-nos filosofar e pensar..

Marco Caetano disse...

Miguel,

Oscar Wilde é reconhecido mundialmente.. A única obra que li foi este Retrato de Dorian Gray. Mentiria se dissesse que amei, mas a sua impressão "que a sua escrita é clássica e com frases que fazem-nos filosofar e pensar" parece muito próxima da realidade.

Vale a pena ler devagar, saborear e ver se gosta!!! :)