sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald

Não é preciso ser um amante de literatura para já se ter ouvido falar em F. Scott Fitzgerald ou em "O grande Gatsby". Assim, acaba por ser de uma forma natural que mais cedo ou mais tarde esta obra nos vem parar às mãos.
Antes de iniciar a leitura, não fazia a mais pequena ideia do significado de Gatsby, nem tão pouco de que se tratava do nome de uma pessoa, mas havia algo que me dizia que iria gostar.

A acção passa-se em Nova Iorque e Long Island durante os anos 20. Uma época marcada pelos excessos onde muitos correm atrás do sonho americano e Gatsby não é uma excepção. Os valores da sociedade, nos diversos extractos sociais, são amplamente focados, fundamentalmente no final do livro, mas sobre isso não irei falar.
Gatsby é senhor de uma enorme fortuna, cuja origem é duvidosa,  e de uma faustosa mansão junto a uma baía onde diariamente organiza festas para quem quer aparecer. Estas festas são também elas pautadas por excessos de todos os tipos incluindo whisky e champagne, numa altura em que impera a lei seca. O objectivo é muito simples: atrair até si Daisy!
Daisy é um amor de outrora, cujo a vida obrigou a separar, mas que ainda assim nunca acabou. Daisy entretanto casou e vive exactamente (e não por acaso) do outro lado da baía, numa bela mansão facilmente identificada por uma luz verde. Gatsby sabe disso mesmo, mas não quer ir ter com Daisy, antes esperando que esta siga as luzes das sus festas e lhe apareça em casa. A luz verde que avista simboliza a esperança de que tal possa suceder.

Não irão ser estas festas que irão promover o reencontro entre ambos, mas sim Nick Carraway, o narrador deste livro, que é o vizinho do lado de Gatsby. Nick aprende a gostar e a compreender Gatsby como poucos tinham conseguido até então. O resto fica para quem ler a história.

Conforme já deixei antever, gostei da simplicidade e objectividade da obra. É uma história que poderia passar-se em qualquer parte do globo, apesar do contexto em que está inserida. Gatsby é uma personagem por quem facilmente nos apaixonamos. O vazio com que assiste às exuberantes festas que proporciona ou a ansiedade que  demonstrada quando antevê o reencontro com Daisy são bons exemplos da intensidade da escrita de Fitzgerald. É portanto, leitura recomendada!

Por último, gostaria de me pronunciar sobre a edição que li. Tratou-se da primeira obra do "Clube do Autor" que tive oportunidade de ler. Por isso mesmo não podia deixar de congratular a editora pois reúne tudo aquilo que considero essencial numa publicação. O prefácio e a introdução não revelam o fim do enredo e parecem aguçar ainda mais a vontade de ler a obra. A qualidade do papel (ligeiramente amarelado, tal como gosto) e da encadernação tornam o conjunto muito apelativo. A distribuição do texto de forma pouco densificada torna  o resultado final muito agradável. Seria muito interessante ver as restantes obras de Fitzgerald serem também  publicadas pelo Clube do Autor.

Págs. 186
Ref. ISBN: 978-989-84522-2-1
Editora: Clube do Autor

10 comentários:

The fanatic reader disse...

Ora aí está um livro que marcou a história da literatura. Um livro obrigatório!

Marco Caetano disse...

Curioso ter sido um flop quando foi escrito e reconhecimento vir muitos anos mais tarde.

Foi de facto uma boa escolha!

Ash disse...

Li há cerca de 1 ano, para uma cadeira do Curso e gostei muito! Não estava à espera que a escrita de FSF me agradasse tanto.

Marco Caetano disse...

Olá Ash!

Também gostei deste livro. Talvez um dia destes compre "O Estranho Caso de Benjamin Button"!

Dark Lady disse...

"O Estranho Caso de Benjamin Button" tb é excelente. Eu gosto muito de Fitzgerald e adoro a personagem de Gatsby.

Marco Caetano disse...

O Gatsby é uma personagem deveras interessante!
Fitzgerald também é para repetir! Já tenho o "Belos e Malditos".

Fica para um dia destes...

djamb disse...

Tenho muita curiosidade acerca deste livro!

Marco Caetano disse...

É uma curiosidade mais do que justificada!

É um livro bastante interessante! E esta edição está óptima!

Selina disse...

Há algum tempo decidi enveredar pela leitura de grandes clássicos da literatura, e este foi um dos que li. Também gostei! E agora aguardarei para ver a nova adaptação cinematográfica, a qual irá estrear no próximo ano. Não sei se já viu o filme "Midnight in Paris", mas este apresenta também uma referência a Fitzgerald, é bastante interessante.

Marco Caetano disse...

Selina,

Confesso que não sou um grande admirador de comédias românticas, mas adorei ver o Midnight in Paris. É realmente muito bem conseguido.
No que respeita ao Grande Gatsby, também acho um clássico de referência e de leitura obrigatória.
Se nunca leu, dentro do género, sugeria-lhe O monte dos Vendavais. Diferente, mas igualmente muito bom.