Demorei mais tempo do que o usual para ler um livro deste tamanho. Mas terá sido porque não gostei? Terá sido porque não me motivou interesse? Penso que não, e começando pelo fim, posso até dizer que gostei da obra. O nosso estado de espírito para a leitura é que nem sempre é o mesmo e claro está que isso influencia o rendimento.
É difícil não ler Haruki Murakami quando temos alguém próximo que até também gosta de ler e por sinal até já leu quase todas as obras do senhor! Não há condições!
Kafka À beira-mar é um romance misterioso, em algumas fases viciante e regularmente cómico. A história prende-se com a vida de duas personagens que se desconhecem e ainda assim têm percursos de curiosamente muito paralelos.
Kafka Tamura é um jovem de 15 anos que decide fugir de casa. Após uma infância difícil em que foi abandonado pela mãe e pela irmã, e uma relação com o pai bastante fria e distante ao qual nada o prende. A fuga parece ser a única solução.
Quando já se encontra "na outra ponta" do Japão, o pai é assassinado, passando Kafka a ser procurado pela policia.
O velho Nakata é a personagem mais curiosa deste livro e uma das mais engraçadas com que me cruzei nas últimas letras que percorri. Conversar com gatos, é para nós impossível, mas não para Nakata! Mas isso é só o inicio, porque estão para vir tempestades de sardinhas e cavalas ou até mesmo de sanguessugas. Para não dizer que, falar com pedras também é possível.
No final quem é Nakata?
Como já referi, é um romance bastante interessante, embora na minha opinião inferior a : "A sombra do Vento". É no entanto capaz de manter a qualidade num padrão de qualidade bem elevado.
Já agora um conselho: se por ventura decidir ler este livro e por mero acaso der de caras com o Coronel Sanders do KFC, com o Johnie Walker do Scotch Whisky ou com dois soldados que não envelhecem desde a Segunda Guerra Mundial, não pense que está a enlouquecer... O livro é mesmo assim!
Ref. ISBN: 978-972-46-1646-9
Editora: Casa das Letras
6 comentários:
É Murakami no seu melhor :)
Ja li livros dele e acho-os sempre cheios de criatividade. O autor escreve, escreve, escreve mas não diz nada. Na minha opinião.
É um comentário curioso esse que faz, Claudia. Para quem nunca leu parece um paradoxo, mas eu acho que percebo o que quer dizer.
Continuação de boas letras.
Não sendo novidade para ti, deixo aqui registado que este é um dos melhores livros escrito por um dos melhores escritores da actualidade. Acabamos de o ler e deixa-nos a pensar na inutilidade de fugirmos ao nosso destino, por muito que lhe tentemos escapar, inevitavelmente ele encontra-nos. Há uma constante procura do "eu" e uma tentativa de preencher o vazio que existe dentro de cada um de nós. Este livro, representa um enorme desafio à nossa imaginação e quem gostou, terá certamente algo diferente a dizer. Sei que convertido não ficaste, mas vou continuar a esforçar-me para que gostes ainda mais e quem sabe, passares uns dias no "hotel Golfinho" a ver os vultos da tua imaginação ou a ler às 4 da manhã numa loja de conveniência e um estranho te abordar. Fica o gostinho para mais 3:)
Este é um autor que sempre quis ler e que tenho dado um pouco para trás... mas fiquei convencida. Obrigada pela crítica!
gostei do blog!
visite o meu ;) www.ocantinhodatati.blogspot.com
Bom visto que leste a minha opinião sobre o livro, não me vou estender sobre esse assunto, mas desde já dou-te os parabéns pelo teu blog, vou começar a ser cliente assíduo
Abraço
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