sexta-feira, 2 de abril de 2010

After Dark - Haruki Murakami

Desta vez apetecia-me ler um livro “leve”. É talvez por isso, ou melhor dizendo, é também por isso que gosto de ter uma pilha de livros à espera de serem lidos. Adoro a liberdade de poder escolher o seguinte de acordo com o estado de espírito presente, sem ter de estar subjugado a nada. Bom, não é bem a nada porque na verdade estou sempre subjugado aos que estão na pilha… Mas se lá estão, é porque e interessam e sendo assim, quantos mais melhor!

Mas falemos deste After Dark – Os passageiros da noite. Convém dizer que acertei na escolha pois se era um livro “leve” que pretendia, foi um livro “leve” que encontrei.

A acção desenrola-se ao longo de uma noite em Tóquio. Um observador, que não sabemos quem ou o que é nem tão pouco onde está ou para que serve. Duas irmãs, Mari e Eri Asai são as principais visadas desta observação. Mari encontra-se sozinha num bar a ler um livro. Eri encontra-se num sono profundo do qual não percebemos bem a origem ou os contornos. Assim começa a noite. Assim começa a história.

Num motel, ou como preferiu chamar a tradutora, num hotel do amor, uma rapariga chinesa é vítima de violência. A gerente do motel, de seu nome Kaoru, pede auxilio a Mari e a história assim contínua. Às tantas estamos envolvidos com a trama e a vontade de saber o fim já nos persegue.

Não sou um conhecedor de Haruki Murakami, longe disso, na verdade este apenas a minha segunda experiência com o autor após ter lido Kafka à beira-mar. Ainda assim há alguns pormenores que começo a achar normal, dos quais destaco os acontecimentos inesperados das histórias. Desta feita, não há chuva de peixe, porém há televisores que se acendem sem estarem ligados à energia, há espelhos em que o reflexo permanece mesmo quando já nada há para reflectir. Outra tendência que começa a ser para mim familiar nas obras do autor é a o seu conhecimento e gosto por música. Qualquer mudança de ambiente é pretexto para o mostrar.

Por fim dizer que na minha opinião não estamos perante um livro excepcional. Na capa está referenciada uma citação do Financial Times que diz “Murakami no seu melhor”. Sou obrigado a discordar. Ainda assim não me sinto defraudado, pelo contrário, conforme já disse este livro cumpriu a 100% o objectivo a que o propus quando o escolhi.

Págs. 224
Ref. ISBN: 978-972-46-1838-8
Editora: Casa das Letras

8 comentários:

susemad disse...

De Murakami apenas li "Sputnik, Meu Amor" e foi uma agradável surpresa ao ponto de querer ler mais histórias do autor. Esta fala-nos de livros, de música clássica, de solidão, de viagens, de sonhos e de realidades.

Também gosto da minha pilha de livros, assim tenho sempre um infinito de opções para ler! :)

Marco Caetano disse...

Sputnik, Meu Amor é o único de Murakami que resta na minha pilha.. A sua leitura tem sido adiada porque a minha irmã (fã inondicional do Sr.), insite em dizer que eu não vou gostar!

Certo é que os dois que li, embora diferentes, gostei.

Portanto em breve deverão haver novidades nipónicas na minha pilha :)

Continuação de boas letras...

susemad disse...

O melhor mesmo é ler, assim dissipam-se as dúvidas! :)

Reparei que estás a ler "A Papisa Joana". Eu terminei-o ontem. Era daqueles livros que não esperava ler, mas que quando comecei não mais pude parar. Apaixonei-me pela sua história e principalmente por Joana! Fico à espera da opinião.

Boas leituras!

Marco Caetano disse...

Para já estou a gostar bastante da Papisa Joana.

E está a avançar a bom ritmo!

Em breve escreverei a minha opinião sobre essas letras...

Tiago Franco disse...

Já li três livros do autor e confesso que ainda não consegui descobrir se o homem é um génio o se é muito comercial. Nesta obra Marakami critica a nossa sociedade de uma forma que consegue ser ao mesmo tempo subtil e profunda. Muito do que está obra questiona está escrito nas "entre linhas".
Em "Sputnik, Meu amor" confesso que estava a espera de mais. Talvez tivesse criado falsas expectativas sobre o autor.

Marco Caetano disse...

Tiago,

Comprrendo as dúvidas que tem sobre o autor! De certa forma também partilho essa ideia.

Mas penso que ele está realmente a marcar uma nova forma de escrever...

Enfim, um dia destes voltarei ao seu encontro concerteza.!

Selina disse...

Um excelente livro. Já escrevi uma opinião também sobre o "Norwegian Wood", que também é muito bom. Parabéns!

Marco Caetano disse...

Olá Selina,

Obrigado!
Não deixarei de passar no teu blogue para ler essa crítica.
Também já o tenho cá em casa!Quem será o meu próximo Murakami...